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"Faz-de-conta que não houve grampo", diz ministro Marco Aurélio

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27/9/2006


Surpreso

 

"Faz-de-conta que não houve grampo", diz ministro Marco Aurélio

 

O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, em entrevista coletiva concedida ontem (26/9) antes do início da sessão plenária, considerou surpreendente notícia de que a Polícia Federal não teria encontrado grampos em linhas telefônicas dos ministros do Tribunal.

 

O ministro lembrou que, desde o primeiro dia, salientou que não seria possível descobrir a autoria do grampo. “Continuamos, como eu tive oportunidade de ressaltar, no faz-de-conta. Faz-de-conta que não houve grampo algum”, afirmou. “É algum realmente surpreendente. Como se pode certificar que jamais houve grampo?”, concluiu.

 

O ministro Marco Aurélio assegurou que o TSE tem confiança absoluta na empresa Fence, contratada para averiguar a existência ou não de grampos telefônicos nas linhas utilizadas pelos integrantes da Corte. O ministro salientou que as varreduras feitas anteriormente – ao longo de nove anos – nunca apresentaram dados positivos. Desta feita, pela primeira vez, houve o levantamento de que três aparelhos estariam grampeados. Isso, afirmou o ministro, demonstra que os grampos obedeceram a um critério.

 

“Houve a divulgação do episódio, o que sinaliza que houve critérios, foram levados em conta critérios e critérios fáticos. Agora, o grampo, pela divulgação do episódio, foi retirado?”, questionou. “O que me causa certa estranheza é afirmar-se que jamais houve grampo”, concluiu.

 

Em relação à audiência com o atual coordenador da campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Marco Aurélio Garcia, o presidente do TSE afirmou que foi uma conversa pacífica. O ministro esclareceu que o recebeu “sem idéia preconcebida”, que recebeu “um intelectual”.

 

Esclareceu aos jornalistas que conversaram “sobre as eleições em geral”. Relatou que Marco Aurélio Garcia externou “certa preocupação com a perda de tempo no horário eleitoral” pela coligação que representa o presidente Lula.

 

O ministro Marco Aurélio disse ainda que os dois não falaram sobre a suposta existência de um dossiê com denúncias sobre políticos do PSDB. Questionado se ainda mantém a comparação do quadro político no país com o caso Watergate, o ministro salientou que sim, esclarecendo que considera a seqüência de fatos ocorridos até hoje, a partir do episódio do mensalão.

 

Em relação ao dossiê, cuja investigação judicial (RP 1176) está sendo conduzida pelo TSE, o ministro salientou que a tramitação do processo precisa ser observada, “sob pena de ao invés de desaguarmos em um julgamento, termos justiçamento, e aí retrocesso”.

 

“O devido processo legal”, salientou, “precisa ser observado, dando-se oportunidade aos envolvidos de se pronunciarem no processo, de requererem provas”. “Não há prazos estabelecidos”, alertou.

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