Migalhas Quentes

Michel Temer é preso pela força-tarefa da Lava Jato no RJ

Mandados são do juiz Marcelo Bretas, da JF/RJ.

21/3/2019

A força-tarefa da Lava Jato do RJ prendeu há pouco o ex-presidente Michel Temer, em SP. Já Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, foi preso no Rio de Janeiro.

Os mandados foram expedidos pelo juiz Federal Marcelo Bretas, da 7ª vara Criminal do Rio, na terça-feira, 19. No mesmo dia, o magistrado publicou em sua conta no Twitter: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. (Provérbios 16:18)"

Também há mandados de prisão preventiva contra Eliseu Padilha (Casa Civil); contra o coronel reformado Lima Filho e sua mulher, a arquiteta Maria Rita Fratezi; Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan, e seu filho, Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan; Vanderlei de Natale, sócio da Construbase; e Carlos Alberto Montenegro Gallo, administrador da empresa CG IMPEX. Por fim, há mandados de prisão temporária contra Rodrigo Castro Alves Neves, responsável pela Alumi Publicidades, e Carlos Jorge Zimmermann, representante da empresa finlandesa-sueca AF Consult. 

Ao todo, devem ser cumpridos 8 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e no DF.

Desde quarta-feira, 20, a PF tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem ter sucesso. Por isso, a operação prevista para as primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou.

A prisão ocorreu na Operação Descontaminação, deflagrada nesta quinta-feira, 21, como desdobramento das operações Radioatividade, Pripryat e Irmandade, que apuram crimes de formação de cartel e prévio ajustamento de licitações, além do pagamento de propina a empregados da Eletronuclear, em investigações relacionadas ás obras de construção da Usina Nuclear de Angra 3.

O caso foi desmembrado pelo STF e remetido à JF/RJ.

O ex-presidente Temer é representado pelo advogado Eduardo Carnelos.

Carreira política

Michel Temer, 78 anos, e é o 2º presidente da história detido após investigação por corrupção. Advogado e escritor brasileiro, desde 1985, é o terceiro vice-presidente membro de seu partido, o Movimento Democrático Brasileiro. Temer foi presidente da Câmara dos Deputados, deputado Federal, secretário da Segurança Pública e procurador-Geral do Estado de SP.

Filho de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil na década de 1920, Temer nasceu e foi criado no interior paulista. Em 1963, graduou-se em Direito pelas Arcadas, onde atuou ativamente na política estudantil. Ao longo da década de 1960, trabalhou como advogado trabalhista, como oficial de gabinete de José Carlos de Ataliba Nogueira e num escritório de advocacia. Também lecionou na PUC-SP e na Faculdade de Direito de Itu. Em 1974, concluiu um doutorado em direito público na PUC-SP.

Em 1970, Temer começou a trabalhar como procurador do Estado de São Paulo. Em 1978, tornou-se procurador-chefe da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo. No mesmo período em que era servidor público, trabalhou em escritórios de advocacia. Em 1981, filiou-se ao MDB.

Em 1983, foi nomeado pelo governador Franco Montoro para a Procuradoria-Geral do Estado, permanecendo neste cargo até 1984, quando assumiu a secretaria de Segurança Pública. Em 1986, candidatou-se a deputado Federal constituinte, mas obteve a suplência. Temer acabou tornando-se deputado no decorrer da Assembleia Nacional Constituinte. Em 1990, concorreu a deputado Federal, mas novamente atingiu a suplência, assumindo o cargo posteriormente em 1994. Durante o governo de Fleury Filho voltou a comandar a Procuradoria-Geral do Estado e, poucos dias após o massacre do Carandiru, foi nomeado secretário de Segurança Pública.

 

Em 1995, Temer foi escolhido para liderar o MDB na Câmara. Contando com o apoio do governo Fernando Henrique, foi eleito presidente da Câmara duas vezes. Em 2001, foi eleito Presidente Nacional do partido. No segundo mandato de Lula, conseguiu tornar seu partido parte da base governista. Em 2009, com o apoio do governo, foi eleito para a presidência da Câmara.

Na disputa presidencial de 2010, apesar de não ser o nome preferido dos governistas, conseguiu ser escolhido para candidato a vice de Dilma Rousseff. Com a vitória de ambos, foi empossado vice-presidente da República em janeiro de 2011.

Após desentendimentos públicos com a presidente, Temer articulou pessoalmente o apoio ao afastamento de Dilma. Com o impeachment da presidente em 31 de agosto de 2016, assumiu, definitivamente, as atribuições presidenciais.

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