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AATSP faz homenagem a mulheres pioneiras e ativistas da advocacia e do judiciário

O evento foi realizado no último dia 11, em SP.

18/3/2019

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a AATSP - Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, realizou no último dia 11 de março, às 19h30, em seu espaço na Barra Funda (ATT Lounge), uma homenagem às profissionais da Advocacia e da Justiça Trabalhista, que mais se destacaram em suas atividades, acentuando o perfil pioneiro e ativista da maioria das premiadas.

O evento foi prestigiado pela presidente do TRT-2, Desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, primeira mulher negra a presidir o maior Tribunal Regional Trabalhista do país e que, segundo Sarah Hakim, presidente da AATSP, tem atuado de forma pioneira, ao diminuir a distância com Advocacia e dialogando de forma mais próxima com a classe.

Na cerimônia, a presidente do TRT-2 afirmou que a Justiça é substantivo feminino, que mulher é símbolo da Justiça e que Justiça é dar a cada um o que é seu por direito. “Nós mulheres queremos o que por justiça é nosso: igualdade, oportunidades, direitos e obrigações. Queremos o direito de escolha, sem discriminação”, assegurou.

Em seu discurso, Sarah Hakim, lembrou que “ o Dia Internacional da Mulher vai muito além de uma celebração festiva, porque a data reforça a luta e resistência das mulheres por direitos e liberdades em uma sociedade patriarcal, racista e desigual”. Hakim assegurou que as mulheres se alegram com flores e festejos, mas querem igualdade, voz, vencer a violência, ocupar espaços de poder e serem respeitadas quando lá estão.

Entre as que receberam o prêmio Ritsuko Tomioka - 2019, estava a Desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Kenarik Boujikian, que se aposentou no emblemático Dia 8 de março. Ao longo de sua carreira, Kenarik atuou de forma vigorosa e reconhecida na defesa dos Direitos Humanos e sociais e na Associação Juízes para a Democracia (AJD). Para Hakim, ela "é símbolo de força, persistência e êxito numa carreira marcadamente masculina".

Também foram homenageadas as advogadas Arlete Paciléo, com longa e significativa militância na Justiça Trabalhista; Carmen Dora de Freitas Ferreira, ex- presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB-SP; Cássia Marize Hatem, liderança da advocacia mineira; Moema Baptista, primeira presidente da Abrat , Sonia Maria Bueno Martins, advogada com longo histórico de militância trabalhista e a Desembargadora do TRT-2, Ivani Contini Bramante, também defensora dos direitos humanos. Cada uma das premiadas recebeu uma placa comemorativa das mãos da presidente da AATSP e um ramalhete de flores.

Kenarik Boujikian discursou em nome de todas as homenageadas: “É uma honra enorme estar aqui junto a todas essas homenageadas, que conheci em sua maioria pelo nome, pela luta, pela história. Queria agradecer a AATSP pela honra e registrar que cada vez que nós mulheres nos movimentamos, mexemos com as estruturas, seja lá onde estivermos e isso é importante. Sem as mulheres, não há direitos humanos, que são a essência da Justiça do Trabalho e sabemos o que se está pretendendo fazer com esses direitos humanos e cabe a nós todos e todas lutarmos para que isso não aconteça. Lutar para que o patamar da dignidade humana, que &eac ute; a regra máxima de nossa Constituição Federal, fruto de tantas lutas, de tantas pessoas, tantas mulheres, não se perca para momentos como estes que estamos vivendo, de ódio, de discriminação, de aniquilação das pessoas mais pobres, desvalidas, trabalhadoras. Sigamos juntos todos, de mãos dadas, sempre.”

Após a entrega dos prêmios foram realizados 4 painéis relativos à luta feminista e o universo jurídico: “A condição da mulher no mundo advocacia e nas carreiras jurídicas”, foi tema da advogada, ativista e cofundadora da Rede Feminista de Juristas , Marina Ganzarolli; “As mulheres no direito do Trabalho” foi assunto abordado por Regina Stela Corrêa Vieira e “Formas de Assedio Psicológico”, tema analisado por Carla Denise Theodoro. Para falar sobre o livro – lançado no evento - “O Novo direito e o processo do trabalho – um olhar crítico”, as organizadoras da obra, Tainá Gói s e Giovanna Magalhães, contaram como o livro surgiu, em 30 de outubro de 2017, a partir de um evento que seria realizado em um hotel paulista sobre a reforma trabalhista, no qual 17 homens seriam palestrantes e nenhuma mulher. As advogadas questionaram a ausência feminina e organizaram um evento no mesmo dia, com 20 mulheres expositoras sobre a reforma trabalhista, no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, fazendo um enfrentamento com olhar crítico e “desnaturalizando a um ambiente machista que passa por natural”.

Também estiveram presentes ao evento da AATSP, a advogada Margarete de Cássia Lopes, Secretária-adjunta da OAB-SP, representando o presidente da Secional paulista da Ordem; os desembargadores Leila Aparecida Chevtchuk de Oliveira (TRT-2), Álvaro Noga (TRT-2), Antero Arantes Martins (TRT-2); Francisco Giordani (TRT-15), Jorge Luiz Souto Maior (TRT-15), Farley Ferreira (Presidente da Amatra II); Patrícia Maeda (Presidente da Amatra XV); os dirigentes da FENADV, Walter Vettore, Oscar Azevedo, Miguel Parente; Roberto Parahyba, ex-presidente da Abrat; Luiz Carlos Mouro, ex-presidente da Associação e também da Abrat; a 2ª. tenente da FAB, Lilian Batista; Leonardo Sica, ex-presidente da AASP, entre outras autoridades.

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