As estudantes de Direito Clara Affeld, 23 anos, Gabriela Raymundi, 21, e Julia Strack, 21, representam a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em uma das mais importantes competições entre universitários de Direito do mundo, a Oxford Intellectual Property Moot.
O desafio da Universidade de Oxford, na Inglaterra, está em sua 17ª edição. Tem como tema geral o Direito da Propriedade Intelectual e é realizado em formato de tribunal simulado, contando com a participação de universitários do mundo inteiro, mediante convite, após seleção dos trabalhos escritos apresentados ainda em 2018. Neste ano, as três estudantes brasileiras (duas delas estagiárias e uma ex-estagiária de Silveiro Advogados) são as únicas representantes da América Latina entre as 28 universidades finalistas.
"Temos duas dificuldades extras em relação à maioria dos outros competidores", afirma Clara Affeld. "A primeira é a barreira da língua: há uma grande diferença entre o inglês falado e escrito no dia a dia e o inglês técnico-jurídico. Mas o principal desafio são as diferenças entre o sistema jurídico inglês e o brasileiro. Tivemos e temos que estudar muito, pois competimos com estudantes já familiarizados com a common law."
Neste ano, o desafio teve como tema específico o direito de marca. Na primeira fase da competição, os competidores elaboraram peças escritas sobre uma questão prática, tanto para a acusação, quanto para a defesa. Na final, será a vez de os competidores sustentarem suas teses de forma oral – perante profissionais experientes do mercado, incluindo juízes das Cortes Supremas inglesas.
Para Maurício Brum Esteves, especialista em propriedade intelectual de Silveiro Advogados e um dos coachs do grupo, a indicação à final já é uma enorme conquista para as estudantes e para o país. "No Brasil, o direito da propriedade intelectual ainda é incipiente, muito embora seja fundamental para o avanço da tecnologia, da cultura e da educação. Essa conquista das estudantes é prova de que universidades, escritórios e profissionais estão trilhando o caminho certo", afirma Esteves.
A atuação do grupo se insere em atividade de extensão da UFRGS, sob coordenação da professora Lisiane Feiten Wingert Ody, da Faculdade de Direito, que também atua como coach das competidoras. "O convite para tomar parte das disputas orais na Universidade de Oxford é resultado da grande capacidade científica e dedicação do grupo. Confio que teremos um excelente desempenho também nessa fase final", afirmou Lisiane.
As estudantes fazem uma vaquinha na internet para bancar os custos de viagem, alimentação e estadia. "É uma competição cara, e realmente precisamos dessa ajuda para podermos levar o nome da UFRGS e do Brasil para a Universidade de Oxford", afirma Clara. A meta das competidoras é arrecadar R$ 20 mil.
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