Se o Direito é a disciplina da convivência humana, Jayme Vita Roso interpretou a máxima ditada nas aulas do Largo São Francisco, há mais de 60 anos, da forma mais poética e altruísta que poderia existir. Desde 1979 o advogado se dedica a um propósito coletivo mais do que especial, o meio ambiente.
Plantando o futuro de milhares de crianças em cerca de 850 mil m², sua reserva ambiental particular possui 600 mil árvores, sendo mais de 50 espécies da mata atlântica, entre elas Jacarandá, Palmeiras, Guapuruvu, Paineiras, Manacás, Pau-Brasil, Jatobá, Aroeira e Angico. Quando comprou as primeiras terras, o local estava totalmente desmatado. Com o reflorestamento, vieram os animais: capivara, tatu, paca, gato do mato, anta, tucano e mais de 45 tipos de pássaros.
A reserva Curucutu está dentro da maior metrópole urbana da América do Sul. Localizada na região de Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, divisa com o município de São Bernardo do Campo, a floresta produz oxigênio para beneficiar 0,5% da população paulistana.
Em 1995, a propriedade recebeu do Ibama o título de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), o que significa que não pode ser desmatada. Mas custear esse sonho tem um preço, que se paga com o trabalho incansável de Vita Roso na advocacia.
Com recursos próprios e sem qualquer ajuda ou apoio, o advogado de 83 anos preocupa-se com o futuro, já que gasta em torno de 20 mil reais por mês para manter a floresta, entre manutenção e pagamento de funcionários, despesas que não pode deixar para suas filhas.
"Espero que Deus me dê força, me dê meios e condições de transferir isso para quem puder fazer pelo menos o que eu faço, não mais, nem menos..."