Procurador do Estado é encontrado morto com tiro em rodovia
Corpo de ex-coordenador de presídios estava na frente do carro; polícia apura latrocínio, mas não descarta vingança
A polícia localizou o corpo por volta das 20h30 no quilômetro 95 da estrada. A vítima estava de joelhos, fora de seu carro, um Fiat Doblô, e tinha a marca de um tiro.
O rádio do carro e a carteira dele haviam sido roubados. Um notebook que estava no veículo, no entanto, não foi levado pelos criminosos. A polícia investiga a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte), mas não descarta outras linhas de investigação, como vingança.
Nos anos de 2000 e 2001, Salvador também foi coordenador da Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Prisionais do Estado). Nesse período, ele enfrentou duas grandes rebeliões. A primeira foi em Taubaté (a <_st13a_metricconverter productid="130 km" w:st="on">130 km de SP), em <_st13a_metricconverter productid="2000. A" w:st="on">2000. A outra ocorreu em 2001 em 29 presídios de todo o Estado simultaneamente.
Essas rebeliões tornaram pública a existência do PCC, facção criminosa que age dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo.
"Não acho que haja uma relação entre o crime e o fato de ele ter sido coordenador dos presídios. Mesmo porque, até onde eu sei, ele era muito respeitado entre os presos", afirmou o irmão de Salvador, o agente penitenciário Francisco Eduardo Salvador.
De acordo com o IML, o tiro entrou pelo ombro, passou pelo pulmão e se alojou na coluna vertebral.
O irmão de Salvador afirmou que a última informação que teve do procurador é que ele saiu por volta das 18h da Secretaria de Estado da Cultura. Pela manhã, das 7h30 às 11h30, ele havia dado aula na Unimesp/FIG (Centro Universitário Metropolitano/Faculdades Integradas de Guarulhos), onde era professor de direito civil.
"Pelo trajeto, imaginamos que ele iria voltar para a faculdade à noite, já que estava com provas dos alunos", relatou o irmão.
De acordo com a Procuradoria-Geral do Estado, Salvador foi nomeado procurador em 1987. Atualmente, prestava assessoria judiciária na Secretaria de Estado da Cultura.
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"A implosão dos pavilhões 9, 8 e 6 da extinta Casa de Detenção de São Paulo, muito bem retratada no Migalhas, além de um espetáculo inesquecível, marca um momento histórico no Direito Penal/Penitenciário do País. Convido todos os leitores de Migalhas a visitarem no site do Governo do Estado de São Paulo ( www.saopaulo.sp.gov.br) para conhecer não só o projeto do Parque da Juventude que substituirá o presídio, mas a política penitenciária implementada no Estado, onde, de maneira inédita, adotam a separação dos presos por crimes, características pessoais e idade."
Sérgio Ricardo Salvador,
Presidente do Conselho Estadual de
Política Criminal e Penitenciária de SP
(Migalhas 579 - 10/12/02 - Migalhas dos leitores)
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