O ex-ministro da Educação e ex-governador do Ceará Cid Gomes protocolou nesta sexta-feira, 1º, na Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer.
No documento, de acordo com o portal G1, Cid afirma que Temer e o PMDB são mencionados nas investigações da operação da Lava Jato e cita mensagem de celular na qual teria sido mencionado o pagamento de R$ 5 milhões, "valor cuja suspeita de origem ilícita é marcante".
"Foi revelado, por força da Operação Catilinárias [uma das fases da Operação Lava Jato], o pagamento da quantia de R$ 5 milhões ao denunciado, valor cuja suspeita de origem ilícita é marcante, mormente pelas insuficientes explicações ofertadas pelo denunciado após a revelação de mensagens sobre o pagamento de tal quantia, por parte do senhor Léo Pinheiro, trocadas pelo denunciado e o presidente da Câmara dos Deputados, em cobrança por adiamento na quitação de compromissos com a ‘turma’."
A peça traz trechos de depoimento, delações premiadas de investigados na Lava Jato, e citações que, segundo Cid Gomes, fazem referência direta a Temer e seu partido. Para o ex-ministro, o vice-presidente também deve ser responsabilizado pelas denúncias que envolvem o PMDB e seus integrantes, tendo em vista que é presidente nacional da sigla.
"Observam-se diversas menções acerca de ilicitudes envolvendo o PMDB, razão que enseja detida atenção quanto à responsabilidade do denunciado, uma vez que, desde 2011, exerce a presidência do referido partido."
Na peça, Cid Gomes ainda teria requerido que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não analise o pedido de afastamento, pois o deputado foi denunciado por fatos relacionados à Lava Jato. Para o ex-ministro, quem deve decidir é o vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão.