Migalhas Quentes

Negros, pardos e indígenas confiam menos no Judiciário brasileiro

Dado é do Índice de Confiança na Justiça, produzido pela FGV Direito SP.

7/10/2015

Os brasileiros pardos, negros e indígenas têm menor confiança no Poder Judiciário. O dado foi revelado pela última apuração do Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), produzido pela FGV Direito SP, e que faz parte da 9ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nessa semana.

Para o estudo, durante o ano de 2014, foram entrevistadas 6.623 pessoas nos estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.

Entre os negros, pardos e indígenas 68% entende que o Judiciário é "pouco ou nada confiável", taxa que cai para 62% entre brancos.

Com relação aos custos para acesso à Justiça, os grupos têm percepção similar: 40% dos brancos entendem que o Judiciário Brasileiro é muito caro, enquanto os não-brancos com essa avaliação somam 41%.

À respeito do grau de satisfação com a polícia, apenas 36% dos brancos se dizem muito satisfeitos, índice que cai para 34% entre os não-brancos.

Segundo Luciana Gross Cunha, Coordenadora do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada e professora FGV Direito SP, uma das responsáveis pelo indicador, "os dados parecem indicar que a situação dos negros influencia negativamente a confiança desse grupo nas instituições do sistema de justiça e na satisfação com a polícia".

"A situação mostra um quadro muito negativo. Sem a confiança na polícia e no Judiciário, o grupo de negros, pardos e indígenas não goza de sua condição de cidadania. É para dar transparência a esse quadro e por entendermos que, só com informação, poderemos fortalecer essas instituições, que incluímos esses dados do ICJBrasil no Anuário Brasileiro de Segurança Pública", afirma o pesquisador do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da FGV Direito SP, Renato Sérgio de Lima.

Segundo os pesquisadores, há várias hipóteses que podem explicar os diferenciais de confiança e satisfação com as instituições. "A primeira tem a ver com a existência de discriminação racial na atuação dessas instituições em solucionar os problemas de cada grupo étnico. Outra hipótese seria a de haver diferenças de conhecimento sobre e familiaridade com essas instituições, devido à alta correlação entre as dimensões de raça e o acesso à educação e a ocupação no mercado de trabalho", avaliam.

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