Migalhas Quentes

MP apura racismo e injúria contra Maju, apresentadora do tempo da TV Globo

Mensagens ofensivas foram direcionadas à jornalista na página do Facebook do Jornal Nacional.

6/7/2015

Os MP/SP e MP/RJ se pronunciaram a respeito das ofensas sofridas em rede social pela apresentadora da Rede Globo Maria Júlia Coutinho, conhecida como Maju.

A produção do Jornal Nacional publicou, na noite de quinta-feira, 2, uma foto da apresentadora diante do painel da meteorologia, com um link sobre a previsão do tempo para a sexta-feira, 3. Desde então, diversas mensagens ofensivas e de conteúdo racista têm sido direcionadas à repórter na rede social.

Racismo e injúria

O MP/SP instaurou Procedimento Investigatório Criminal para apurar prática de racismo e injúria qualificada. A instauração foi feita de ofício pelo promotor de Justiça Criminal, Christiano Jorge Santos, a partir do conhecimento de que diversos internautas fizeram comentários com teor racista na página do Facebook do JN.

No RJ, o MP informou que, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.

"É inadmissível que em pleno século 21, no terceiro milênio, o ser humano ainda aja dessa forma. Esses criminosos merecem punição exemplar para que tais ofensas não mais ocorram", afirma o procurador de Justiça Márcio Mothé, coordenador de Direitos Humanos do MP/RJ.

?#?SomosTodosMaju

No Facebook, a equipe do Jornal Nacional monstrou apoio à jornalista e publicou um vídeo, acompanhado das hashtags ?#?SomosTodosMajuCoutinho? e ?#?SomosTodosMaju?. No mesmo dia, quando o programa foi ao ar, os apresentadores postaram uma foto segurando cartazes com a mesma mensagem.

Durante sua aparição no telejornal, Maria Júlia falou à equipe e ao público sobre o fato.

"Estava todo mundo preocupado. Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores, mas na verdade é o seguinte, gente: eu já lido com essa questão do preconceito desde que eu me entendo por gente. Claro que eu fico muito indignada, fico triste com isso, mas eu não esmoreço, não perco o ânimo, que eu acho que é isso que é o mais importante. Eu cresci numa família muito consciente, de pais militantes, que sempre me orientaram. Eu sei dos meus direitos. Acho importante, claro, essas medidas legais serem tomadas, até para evitar novos ataques a mim e a outras pessoas. Eu acredito que isso é muito importante. E agora eu quero manifestar a felicidade que eu fiquei, porque é uma minoria que fez isso. Eu fiquei muito feliz com a manifestação de carinho mesmo, como vocês disseram. Eu recebi milhares de e-mails, de mensagens. Acho que isso que é o mais importante. E a militância que eu faço, gente, é com o meu trabalho, é fazendo o meu trabalho sempre bem feito, sempre com muito carinho, com muita dedicação, com muita competência, que eu acho que é o mais importante. E, pra finalizar, Bonner e Renata, é o seguinte: os preconceituosos ladram, mas a caravana passa. É isso."

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