Debate na OAB/SP avalia relação da mulher com o poder
Na abertura do debate "A Relação da Mulher com o Poder" entre as deputadas federais Zulaiê Cobra Ribeiro e Denise Frossard, nesta quinta-feira (9/3), na sede da OAB/SP, dentro das comemorações do Dia Internacional da Mulher, a vice-presidente da OAB/SP, Márcia Machado Melaré falou da ascensão da participação feminina na vida pública. "Nas últimas décadas, registrou-se um crescimento considerável da participação da mulher em postos-chave do mundo empresarial e da administração pública", afirmou. Também fez um resgate histórico sobre a luta feminina por sua emancipação política, que data de 1891, quando a jornalista Josefina Alves, apela à Primeira Assembléia Constituinte pelo direito de voto das mulheres. "Foram intensas as batalhas pela igualdade da condição feminina. Em 1910, Myrthes Campos, advogada e primeira mulher a ser aceita pelo Instituto da Ordem dos Advogados, requereu o alistamento eleitoral, argumentado que a Constituição da época não negava expressamente o direito ao voto feminino. O pedido foi indeferido", lembrou. A vice-presidente também ressaltou que hoje as mulheres já são 51,24% do contingente eleitoral brasileiro, mais de 62 milhões de eleitoras, contra 48,60% dos eleitores masculinos. "Donde se pode concluir que temos quantidade e qualidade para participar cada vez mais na vida pública conquistando cargos de comando", alertou ela.
A conselheira Tallulah Carvalho, diretora adjunta da Mulher Advogada, apresentou as duas debatedoras, ressaltando o comprometimento de ambas com o mundo do Direito, a atuação independente no Parlamento e a luta em defesa da causa das mulheres . Também saudou as demais componentes da mesa, a ex- presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, Lais Amaral Rezende de Andrade; Ivette Senise Ferreira, conselheira e presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB/SP e o secretário municipal de Habitação, Orlando Almeida.
A advogada Lais Amaral Rezende de Andrade agradeceu a homenagem e apontou como fundamental o trabalho realizado pela Comissão da Mulher Advogada para trazer as mulheres para a OAB/SP, o que só é possível se a diretoria prestigiar, no seu entender. Também propôs mudança no Estatuto para que o cargo de presidente da Comissão da Mulher Advogada só seja ocupado por conselheira, o que, segundo ela, empresta importância à Comissão.
O presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, que chegou ao final do debate, lembrou que o Brasil possui apenas 9 mulheres senadoras dentre 81 e 45 deputadas federais num colégio de 513. "A luta contra os preconceitos e pela necessidade de afirmação da mulher na sociedade brasileira comporta grandes e pequenas batalhas, nas quais toda a sociedade precisa participar", afirmou D’Urso.
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Fonte: OAB/SP