O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo aproveitou a oportunidade de falar para magistrados, advogados e membros do MP nesta quinta-feira, 5, para rebater críticas que vem recebendo em relação à operação Lava Jato.
Durante o lançamento do Prêmio Innovare, no STJ, Cardozo defendeu a necessidade do país alcançar novo degrau de desenvolvimento com a cultura do Estado Democrático de Direito, que pressupõe a superação de “controvérsias corporativas” e a implantação dos “princípios de que uma pessoa só seja culpada de algo após ser condenada”.
Ao lembrar o saudoso Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, Cardozo ironizou: “Eu encontrava ele sempre, me aconselhava. Talvez hoje fosse pecaminoso me encontrar com ele, porque era advogado.”
Segundo Cardozo, até dentro da mesma classe há disputas, ao lembrar que os próprios advogados “nem sempre se entendem quando há interesses conflitantes.”
Em clara referência ao recente noticiário envolvendo os desdobramentos da operação Lava Jato, Cardozo questionou:
“Será que todos percebem como natural a garantia da ampla defesa? Que o juiz tem independência de proferir uma sentença? Deve um promotor ser execrado porque atinge certas circunstancias? E o advogado por usar seu direito de peticionar? O dia que o profissional de direito abrir mão da prerrogativa do outro estaremos ruindo com nossos alicerces.”