Em busca de novas experiências e melhores oportunidades no mercado de trabalho, muitos advogados têm optado por fazer cursos de pós-graduação no exterior.
As possibilidades são diversas, desde programas de LLM que podem chegar a R$ 150 mil nos EUA, até cursos de mestrado gratuitos em universidades públicas da Europa.
EUA
Localizada em Cambridge, Massachusetts, a Harvard Law School foi fundada em 1817.
Muito procurada por brasileiros, Harvard é atualmente considerada umas das melhores faculdades de Direito do mundo, possuindo, inclusive, a maior biblioteca sobre o tema.
Tendo como objeto de estudo o Direito Empresarial e Constitucional americano, Fontes comenta que a opção por Harvard foi pelo fato da Universidade ter "os melhores professores de Direito Constitucional e Empresarial, e em segundo lugar, por ser uma formadora de líderes de pensamento, líderes de ideias".
O advogado conta, também, que após finalizar seu curso trabalhou em escritórios americanos. Retornando ao Brasil, tornou-se o professor mais jovem da FGV, e hoje é presidente da "Harvard Law School Association of Brazil" e co-presidente da "Harvard University Club of Brazil", as quais desenvolvem uma série de projetos de aproximação entre o Judiciário brasileiro e americano.
A escolha específica por Harvard, segundo ela, foi pelo fato da Universidade possuir uma vasta concentração de material humano e de pesquisa. A causídica, no entanto, observa que, diferente de recém-formados, que objetivam em um curso no exterior melhores oportunidades de emprego, para ela os contatos que fez e o diálogo que mantêm com essas pessoas são os grandes frutos dessa experiência.
Reino Unido
O Reino Unido também é conhecido por apresentar programas de pós-graduação bastante conceituados e com um custo mais atrativo do que os americanos.
Ao optar pelo curso no exterior seus principais objetivos eram, além da especialização, conhecer um pouco do Direito estrangeiro, da lógica e raciocínio que advogados e empresas adotam em outros países. A escolha por Cambridge foi por considerá-la "uma das faculdades mais renomadas do mundo, que segue a Common Law, mas que, ao mesmo tempo, por estar dentro de um país europeu, não esquece por completo do Direito Continental".
Moraes observa várias vantagens profissionais após a especialização, como "incremento curricular, além de aprender a lidar melhor com cliente estrangeiro, tanto pela fluência em inglês, como por passar a entender melhor a lógica do advogado ou do cliente estrangeiro".
Europa continental
O advogado Leonardo Braga Moura, do escritório Silveiro Advogados, cursou LLM na Universidad Autonóma de Madrid. Para ele, o curso, que teve duração de um ano, foi uma grande oportunidade em ampliar seu conhecimento em uma esfera internacional. "Foi uma possibilidade de estudar uma legislação diferente e estabelecer um comparativo com a brasileira."
"Quando fazemos um curso no exterior temos a oportunidade de estar em contato com pessoas do mundo inteiro, com isso a ampliação de sua rede de contatos é feita de forma automática, além de abrir outras portas no mercado".
Moura salienta, também, que cursar LLM na Europa é mais vantajoso financeiramente. "Os cursos costumam ser mais baratos na Europa do que nos EUA, por exemplo. E eles oferecem outras possibilidades com a oferta de bolsas parciais e integrais".
Com foco em Direito Empresarial e Econômico, a especialização proporcionou a ela "aumento da capacidade analítica e da visão crítica relativamente as negociações praticadas entre o Brasil e o exterior".
O causídico também observa que as vantagens advindas do curso foram muito mais pessoais do que profissionais. "Estou no mesmo escritório que estava antes, meu objetivo não era outras possibilidades no mercado, mas sim um objetivo pessoal de crescimento."
Especificidades
Grande parte dos programas de pós-graduação exige, geralmente, que o candidato seja bacharel em Direito. Alguns cursos, entretanto, podem ser realizados por pessoas com graduação em outras áreas, mas que tenham uma relevante experiência jurídica.
Outro requisito importante é o teste do TOEFL. A maioria das universidades americanas e da Europa continental pedem que o aluno obtenha 100 pontos no TOEFL. Contudo, outras universidades aceitam pontuação de testes de inglês como o IELTS e o Cambridge Test.