Estamos na cidade de São Paulo, capital da província de mesmo nome. Quanta coisa mudou para nós, moradores, desde a lei de 11 de agosto e a chegada dos primeiros estudantes para o curso jurídico no velho Convento de São Francisco! Lá se vão quase 20 anos desde que esses jovens buliçosos invadiram nossas ruas, montaram suas “repúblicas” (que ousadia, que dirá o Imperador?) e alegre e espontaneamente, como é característica da juventude, puseram-se a questionar nossos hábitos arraigados, austeros. Com suas ânsias, brincadeiras, discussões, mudaram a cara de nossa vila, apresentando-lhe certa vida intelectual e boêmia, sacudindo-lhe os valores.
Nessa São Paulo de famílias tradicionais, mas instada a conviver com o ímpeto dos estudantes do Largo de São Francisco, deu-se singela história que a partir de hoje contamos aos leitores. Trata-se de mais uma Novela em Migalhas.
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*** Fim ***
A novela que acabamos de acompanhar é uma adaptação do romance "Rosaura, a enjeitada", de autoria do escritor Bernardo Guimarães, um dos representantes do romantismo brasileiro. Publicada originalmente em 1883, em plena campanha abolicionista, a trama acompanha um casal de apaixonados desde a adolescência até o casamento, que só ocorre em idade já madura, e depois de muitas reviravoltas. Antigo aluno do velho convento franciscano, Bernardo Guimarães trabalha na obra o combate ao preconceito de classe e, sobretudo, racial pela ótica dos jovens acadêmicos de Direito da velha São Paulo, que como a História registra, engrossaram as fileiras antiescravagistas. Faz parte do ideário de Migalhas resgatar, valorizar e difundir as boas histórias brasileiras, o que só se torna possível graças à companhia de leitores como você. Mais uma vez, nosso muito obrigado pela fiel leitura.
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