Atualizado às 7h20 - 3/1/14
Filgueiras Cavalcante, pai do também ex-presidente da Ordem Ophir Cavalcante Junior, presidiu a OAB/PA entre os anos de 1983 e 1987 e o Conselho Federal de 1989 a 1991. Atualmente, ele atuava como consultor geral do PA.
O governador do PA, Simão Janete, lamentou a morte de Filgueiras Cavalcante e decretou luto oficial de três dias. Para ele, o advogado deixou "exemplo, ensinamentos, ideias e um trabalho de toda a vida que ficam como herança, um bem intelectual a ser repartido e por todos usufruído".
O atual presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, também prestou homenagem a Filgueiras Cavalcante e decretou luto oficial de cinco dias. "Ophir foi um homem republicano integro e extremamente dedicado às causas coletivas", afirmou.
Do mesmo modo, o presidente da OAB/SP, Marcos da Costa, decretou luto oficial de três dias na seccional e subsecções paulistas. "Ophir deixou um legado relevante para as novas gerações, voltado à defesa de cidadania, ao fortalecimento da classe e ao compromisso com uma Justiça mais democrática e efetiva, sendo merecedor de todas as homenagens da advocacia brasileira, principalmente àquelas voltadas à manutenção do exame de Ordem", disse.
O corpo do consultor geral foi transladado para Belém/PA por volta da 1h e seguiu para o velório no Palácio Lauro Sodré. O enterro está programado para as 16h desta sexta-feira, 3, no cemitério Recanto da Saudade, em Ananindeua/PA.
Biografia
Ophir Filgueiras Cavalcante era filho de Antônio Gomes Cavalcante Filho e Irene Filgueiras. Nasceu em 2/8/37, em Belém. Formou-se em Direito pela UFPA - Universidade Federal do Pará no dia 8/12/60. Era casado com Célia Cavalcante e pai de três filhos: Ophir Junior, Suzy e Carla. Os dois primeiros também são advogados.
Na OAB/PA, exerceu os cargos de vice-presidente (1983-1985) e presidente 1985-1987. Em 1987 ingressou no Conselho Federal como conselheiro pelo Pará, tendo sido eleito vice-presidente para o biênio 1987-1989 na gestão de Márcio Thomaz Bastos. Presidiu a OAB nacional de 1989 até 1991.
Em 1º/4/89 tomou posse como presidente do Conselho Federal da OAB. Em seu discurso na solenidade de posse, afirmou que "são os advogados artífices de um novo mundo, que um dia deverá ser universalmente aceito, quando o direito não for outra senão a expressão mesmo da vida, numa idade nova e livre, que não comporte sequer um pensamento escravo".
Gestão
Sua gestão fez manifestações do Conselho Federal da OAB contra a violência institucionalizada por questões agrárias na região do Bico do Papagaio, no PA, a prática de violações e o desrespeito ao Poder Legislativo com a edição de MPs e a proposta de EC que instituía a pena de morte.