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Conheça a trajetória do senador boliviano Roger Pinto Molina

Em maio de 2012, o senador pediu asilo na embaixada brasileira em La Paz alegando perseguição política após apresentar denúncias de corrupção no governo de Evo Morales.

27/8/2013

O senador boliviano Roger Pinto Molina, asilado no Brasil desde o último dia 25, é um advogado e pecuarista que ocupou vários cargos públicos em seu país durante a carreira política. Em maio de 2012, pediu asilo na embaixada brasileira em La Paz alegando perseguição política após apresentar denúncias de corrupção no governo de Evo Morales.

Desde então, ele responde a, pelo menos, 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção. Em junho, foi condenado, em primeira instância, a um ano de prisão por abandono de dever e dano econômico ao Estado.

Vida

Molina nasceu em 23 de abril de 1960, em Santa Rosa, no Estado de Beni. Formou-se em Direito e atuou como pastor da igreja Cristã Batista. Casado e pai de três filhas, Molina está envolvido na política há mais de 20 anos.

No governo boliviano, foi presidente da Corte Departamental Eleitoral e prefeito do departamento de Pando, participando, ainda, do Conselho de município de Cobija.

Depois, assumiu os cargos de deputado, senador e, por duas vezes, vice-presidente da Câmara de Senadores.

Gozando de saúde frágil devido a problemas renais, Molina veio ao Brasil para evitar a prisão e reencontrar a família, que já está em solo brasileiro há mais de um ano. O Itamaraty divulgou nota afirmando que só soube da fuga do senador quando este já se encontrava no país.

Rota de fuga

Após 455 dias abrigado na embaixada brasileira, Molina cruzou a Bolívia em um carro oficial diplomático, atravessou a fronteira, e chegou a Corumbá/MS, onde, finalmente, embarcou em um avião rumo ao DF. Veja o passo a passo dessa trajetória.

Sexta-feira, 23/8

1. 15h: O político abandonou a embaixada brasileira em La Paz, acompanhado do diplomata brasileiro Eduardo Sabóia e de alguns militares. O transporte foi realizado por dois veículos com registro diplomático.

2. 21h: Chegaram a Cochabamba, a 348 km da sede do governo.

Sábado: 24/8

3. 4h30: Depois de viajar mais 470 km, chegou a Santa Cruz. Segundo o deputado boliviano Tomás Monasterio, o grupo passou por diversos postos de controle sem ser abordado.

4. 12h: Após mais sete horas de viagem e outros 640 km percorridos, os carros passaram pela cidade Puerto Quijarro, fronteira com o Brasil. Meia hora depois estavam em Corumbá/MS.

5. Durante a noite, Molina embarcou em um avião particular em direção a Brasília, a 1.094 km de distância. O avião pertence à família do senador brasileiro Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Domingo, 25/8

6. O senador boliviano chega a capital brasileira, após mais de 2.550 km percorridos.

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