Desde então, ele responde a, pelo menos, 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção. Em junho, foi condenado, em primeira instância, a um ano de prisão por abandono de dever e dano econômico ao Estado.
Vida
Molina nasceu em 23 de abril de 1960, em Santa Rosa, no Estado de Beni. Formou-se em Direito e atuou como pastor da igreja Cristã Batista. Casado e pai de três filhas, Molina está envolvido na política há mais de 20 anos.
No governo boliviano, foi presidente da Corte Departamental Eleitoral e prefeito do departamento de Pando, participando, ainda, do Conselho de município de Cobija.
Depois, assumiu os cargos de deputado, senador e, por duas vezes, vice-presidente da Câmara de Senadores.
Gozando de saúde frágil devido a problemas renais, Molina veio ao Brasil para evitar a prisão e reencontrar a família, que já está em solo brasileiro há mais de um ano. O Itamaraty divulgou nota afirmando que só soube da fuga do senador quando este já se encontrava no país.
Rota de fuga
Após 455 dias abrigado na embaixada brasileira, Molina cruzou a Bolívia em um carro oficial diplomático, atravessou a fronteira, e chegou a Corumbá/MS, onde, finalmente, embarcou em um avião rumo ao DF. Veja o passo a passo dessa trajetória.
Sexta-feira, 23/8
1. 15h: O político abandonou a embaixada brasileira em La Paz, acompanhado do diplomata brasileiro Eduardo Sabóia e de alguns militares. O transporte foi realizado por dois veículos com registro diplomático.
2. 21h: Chegaram a Cochabamba, a 348 km da sede do governo.
Sábado: 24/8
3. 4h30: Depois de viajar mais 470 km, chegou a Santa Cruz. Segundo o deputado boliviano Tomás Monasterio, o grupo passou por diversos postos de controle sem ser abordado.
4. 12h: Após mais sete horas de viagem e outros 640 km percorridos, os carros passaram pela cidade Puerto Quijarro, fronteira com o Brasil. Meia hora depois estavam em Corumbá/MS.
5. Durante a noite, Molina embarcou em um avião particular em direção a Brasília, a 1.094 km de distância. O avião pertence à família do senador brasileiro Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Domingo, 25/8
6. O senador boliviano chega a capital brasileira, após mais de 2.550 km percorridos.