Consta na denúncia da PGR que Dirceu "foi o principal articulador dessa engrenagem" em razão da força política e administrativa de que era detentor à época dos fatos. No documento, o então procurador-geral da República Antonio Fernando Barros e Silva de Souza expõe que o petista "tinha o domínio funcional de todos os crimes perpetrados, caracterizando-se, em arremate, como o chefe do organograma delituoso".
A denúncia se baseou na delação do ex-deputado Federal Roberto Jefferson, que apontou Dirceu como o criador do mensalão. Segundo ele, Dirceu reunia-se com o principal operador do esquema, Marcos Valério, para tratar dos repasses de dinheiro e acordos políticos ou, quando não se encontrava presente, era previamente consultado por José Genoíno, Delúbio Soares ou Sílvio Pereira sobre as deliberações estabelecidas nesses encontros.
Entretanto, Lewandowski acredita que o depoimento de Roberto Jefferson não pode ter o mesmo peso do das demais testemunhas, porque ele é corréu no processo e, além disso, se declarou inimigo de José Dirceu.
Ontem, 3, o ministro Joaquim Barbosa, relator, votou pela condenação de Dirceu pelo crime de corrupção ativa.