Em razão da extensão deste capítulo, que envolve 23 réus, JB começou sua análise pelos réus ligados ao PP. Para ele, "o arcabouço probatório, tanto os testemunhos colhidos quanto os documentos juntados e o conjunto de perícias realizado, confirma a tese acusatória. Houve um organizado esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, pelo qual se viabilizou a entrega de várias somas em espécie aos parlamentares acusados".
Corrupção passiva
De acordo com o ministro, as provas confirmam a cooptação de parlamentares em troca de votos favoráveis aos projetos de interesse do governo no Congresso. Com base em relatórios de votações da Câmara, ele concluiu que os deputados do PP – Pedro Henry e Pedro Corrêa – se beneficiaram de parte do dinheiro público desviado para conduzir os votos de sua bancada em temas como as reformas da Previdência e Tributária.
Lavagem de dinheiro
O relator considerou comprovada a prática de operações de lavagem de dinheiro pelos membros do PP por meio dos mecanismos fornecidos pelo Banco Rural e pela corretora Bonus Banval. Além dos parlamentares, a denúncia aponta o envolvimento do ex-assessor da liderança do partido, João Cláudio Genu, e dos empresários Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, proprietários da corretora.
Formação de quadrilha
Também nesse ponto da denúncia, Joaquim Barbosa considerou que os parlamentares e o assessor do PP e os donos da Bonus Banval se associaram de forma estável e permanente para praticar os crimes entre 2003 e 2004.
O julgamento prossegue nesta quarta-feira, 19, a partir das 14h.