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Franceses querem ampliar parceria com brasileiros

A presença das empresas francesas no Brasil já é forte: são 500 companhias instaladas, número que tende a crescer ainda mais depois da crise financeira europeia. Esse cenário tem levado muitas outras empresas a buscarem a abertura de uma filial no Brasil, fusões ou ampliação de investimentos, pois veem o país como principal parceiro francês da América Latina. As leis nos campos do direito tributário e do direito do trabalho são difíceis para o empresariado francês e a ampliação do diálogo com a advocacia tem sido positiva nesse sentido. Esse é o balanço dos debates realizados na abertura do III Seminário Jurídico Franco-Brasileiro, realizado recentemente, no auditório da Aduaneiras.

12/10/2011

Parcerias

Franceses querem ampliar parceria com brasileiros

A presença das empresas francesas no Brasil já é forte: são 500 companhias instaladas, número que tende a crescer ainda mais depois da crise financeira europeia. Esse cenário tem levado muitas outras empresas a buscarem a abertura de uma filial no Brasil, fusões ou ampliação de investimentos, pois veem o país como principal parceiro francês da América Latina. As leis nos campos do direito tributário e do direito do trabalho são difíceis para o empresariado francês e a ampliação do diálogo com a advocacia tem sido positiva nesse sentido. Esse é o balanço dos debates realizados na abertura do III Seminário Jurídico Franco-Brasileiro, realizado recentemente, no auditório da Aduaneiras.

Para o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, a terceira edição do Seminário Jurídico entre Brasil e França confirma o sucesso da iniciativa. "O interesse vem crescendo a cada ano e ampliando os pontos de diálogo entre as advocacias brasileira e francesa, além de abrir interfaces para outras áreas, como a empresarial", disse D’Urso.

O conselheiro, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP e coordenador do evento, George Niaradi, agradeceu os apoiadores e por poder contar com a experiência dos participantes no terceiro seminário realizado pela Seccional Paulista e pelo Barreau de Paris: "Este não é um seminário acadêmico, universitário, é um seminário que contou com a colaboração de cada um. Falo com o coração, da experiência que tenho de organizar esse evento e quero agradecer a todos os colegas que me ajudaram nessa empreitada", afirmou Niaradi.

Direito, uma prioridade

Eric Fajole, diretor-geral no Brasil da Ubifrance (Agência pública Francesa para o Desenvolvimento Internacional das Empresas) disse que, em 2005, a ministra francesa do Comércio Exterior definiu o incentivo à área do Direito como prioridade nas ações da agência. O objetivo era incentivar que escritórios franceses se espalhassem pelo mundo, especialmente nas regiões onde havia exportadores e investidores da França.

Segundo Fajole, em três anos de atuação, vários escritórios franceses vieram para o Brasil para estabelecer parcerias com escritórios ou para empresas francesas, mas também cresceu o número de empresas brasileiras se instalando na Europa, com preferência para a França.

"Acho que é um movimento geral de aproximação entre a França e o Brasil, e a profissão do Direito não poderia ficar de fora, pois é muito importante. Vejo muitas empresas francesas que não entendem as leis do Brasil. Uma parceria forte entre escritórios brasileiros e franceses ajuda o empresário francês a entender a situação", completou Fajole.

Fajole afirmou que há cerca de 500 empresas francesas no Brasil, além de outras que continuam a chegar para adquirir ou investir em companhias brasileiras. Ele ressaltou que o acordo é bom para ambos os países e que a França quer mais escritórios brasileiros, lembrando os acordos de cooperação assinados em 2008 pelos presidentes Lula e Nicolas Sarkozy.

Trocas bilaterais

O chefe da Missão Econômica da Embaixada da França no Brasil, Stéphane Mousset, disse que as trocas bilaterais entre os países aumentaram muito em 2010, em particular devido ao crescimento econômico brasileiro. Ele ressaltou a importância de se construir uma relação simétrica, com trocas de investimentos de ambos os países.

Mousset lembrou a crise econômica global enfrentada recentemente e citou as dificuldades atuais na economia europeia, mas disse que a França e a Zona do Euro em geral permanecem como sólidos destinos de investimentos para o Brasil, citando as medidas de austeridade financeira adotadas pelos chefes de Estado do continente.

O batonnier Jean Castelain, presidente do Barreau de Paris, foi representado por Georges Teboul, que citou a importância da aproximação setorial, estratégica e política entre os dois países. "Essa é uma ocasião para reafirmarmos os laços de amizade que nos unem e ampliar essas relações que hoje são indispensáveis, especialmente com o Brasil, que é o primeiro parceiro da França na América Latina", disse. Ele destacou também o convênio firmado pela OAB/SP e Barreau de Parais com intercâmbio de estagiários e de informações.

O cônsul geral da França em São Paulo, Silvan Itte, ressaltou que não se constrói uma relação a longo prazo se não há confiança e admiração mútuas. "Essa relação se enriqueceu e se firmou, permitindo que as advocacias da França e do Brasil construíssem uma relação de confiança", disse, propondo que nos próximos encontros seja feito um esforço de parte a parte para que os franceses dominem o português e os brasileiros, a língua francesa.

Nova Parceria

Já o presidente da companhia aérea Air France, Marc Bailliart, disse que a empresa decidiu propor à OAB/SP uma parceria por considerar que os advogados representam uma ponte entre o Brasil e a França. Segundo Bailliart, o acordo será consolidado nas próximas semanas.

Estiveram presentes na abertura do evento: os conselheiros seccionais, Horácio Bernardes Neto, presidente da Comissão de Sociedade de Advogados e Carlos José Silva dos Santos, presidente da Turma Deontológica do Tribunal de Ética e Disciplina, Miguel Jorge ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o presidente do Grupo Editorial Aduaneiras/Cenofisco/lexMagister, Carlos Sérgio Serra, o diretor geral da Aliança Francesa, Maurice Nahory, entre outras autoridades.

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