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Liberdade para os pequenos traficantes

Um velho ditado diz: “quem faz um cesto, faz um cento”. Não existe um pequeno ladrão e um grande ladrão, todos o são. Não consigo entender a postura dos nossos governantes em querer liberar as drogas para os pequeno traficantes.

3/11/2009


Liberdade para os pequenos traficantes

Sylvia Romano*

Um velho ditado diz: "quem faz um cesto, faz um cento". Não existe um pequeno ladrão e um grande ladrão, todos o são. Não consigo entender a postura dos nossos governantes em querer liberar as drogas para os pequeno traficantes.

Dessa maneira, no meu entender "careta", só o grande traficante será preso, ou seja, aquele que distribui a droga ao aprendiz. Kafkaniano este pensamento e esta vontade de não punir só porque a droga será comercializada em pequenas quantidades, com a grande desculpa de que tal atitude irá liberar vagas nas prisões do nosso caótico sistema penitenciário. Será que não seria este um pedido especial dos governantes dos países produtores e exportadores de drogas vizinhos ao nosso? Assim, nosso primeiro mandatário ganharia o apoio e a simpatia dos seus amigos ditadores que nos cercam e que, talvez, em troca, farão o nosso vaidoso presidente se sentir a maior autoridade latino-americana.

Sou de uma geração da qual as drogas faziam parte do momento de contestação e pude ver, bem de perto, o que aconteceu com amigos que embarcaram nessa viagem sem volta. Sei, ainda, que elas são a principal causa do inacreditável aumento da criminalidade e da violência que hoje ocorre, não só nas grandes cidades, mas em todo o território nacional. Vi, também, como nossas autoridades policiais e até da própria Justiça foram cooptados a colaborar com este nefando comércio, que é a raiz de todas as mazelas que a família brasileira atualmente enfrenta.

Pelo visto, o poder dos cartéis das drogas já conseguiu a simpatia dos nossos legisladores, dos atuais governantes e, inclusive, de um ex-presidente a quem admirava muito, até então. Será que esses senhores não sabem o que acontece nos morros cariocas, nas portas das escolas do Brasil e nas baladas frequentadas por nossos adolescentes e jovens?

Sou contra a censura e a qualquer preconceito e sei que o mundo evolui a todo momento. Mas liberar geral para a contravenção e para a marginalidade, aí já é demais, até para alguém que sempre foi muito moderna.

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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados










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