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O Brasil a caminho das Índias

Há cinco séculos, os portugueses se lançaram ao mar rumo ao oriente dando início ao período que ficou conhecido como o das Grandes Navegações e inaugurando a rota que seria o primeiro passo para a globalização do planeta.

27/5/2008


O Brasil a caminho das Índias

Paulo Henrique Rage*

Há cinco séculos, os portugueses se lançaram ao mar rumo ao oriente dando início ao período que ficou conhecido como o das Grandes Navegações e inaugurando a rota que seria o primeiro passo para a globalização do planeta. Repetindo o feito de seus antepassados portugueses, os brasileiros estão cada vez mais ampliando a sua rota para o oriente, especialmente para a Índia, no que se apresenta como uma das maiores promessas de oportunidade comercial deste século.

De um país que, há menos de um século, era apenas uma paupérrima colônia britânica, a Índia se transformou numa nação emergente de economia pujante, que em poucos anos já figura entre as principais economias do planeta. Com as taxas de crescimento médias de seu Produto Interno Bruto girando em torno de 8 e 9% ao ano, a economia indiana está em crescimento acelerado. Uma das principais conseqüências disto a inclusão, a cada ano, de milhões de novas famílias dentro da zona de consumo. Este movimento vem criando um dos maiores mercados consumidores do mundo, uma vez que a população do país é estimada hoje em 1,130 bilhão de pessoas, e com taxas de crescimento vegetativo ainda bem significantes. Com um PIB ponderado pelo poder de compra estimado em mais de 4 trilhões de dólares, mão de obra qualificada para as áreas de tecnologia, comércio exterior vigoroso e abertura econômica, a Índia torna-se uma das grandes apostas para investimentos estrangeiros, sobretudo os brasileiros.

Atraídos por este enorme e promissor mercado consumidor, as empresas brasileiras estão fomentando vigorosamente as relações entre os dois países, o que conta também com a reciprocidade do empresariado indiano, inspirados pelo forte crescimento das suas grandes corporações e pelo também atrativo mercado brasileiro. O incremento das relações comerciais entre os dois países vêm se dando tanto pelo comércio exterior como pelo investimento direto. Joint-ventures como a da Marcopolo com a Tata Motors para a produção de ônibus naquele país e como a da Tata Motors e a Fiat para a produção de carros populares no Brasil são exemplos claros dessa relação bilateral que ganha cada vez mais força.

Os governos dos dois países têm se esforçado bastante para que ambos tornem-se grandes parceiros mundiais. A visita da presidente da Índia ao Brasil, a ida do Presidente Lula àquele país, bem como as inúmeras missões empresarias e conclaves, como a recente 7ª Missão Empresarial Brasil-Índia, são amostras destes esforços mútuos. Com um volume anual de tímidos U$ 3 bilhões no comércio exterior entre os dois países, a meta dos governos, sobretudo por parte do governo brasileiro, é de que este número alcance a cifra dos U$ 10 bilhões até 2010.

A Índia, concomitantemente ao fato de representar um mercado muito atrativo para investidores estrangeiros, é também um país de cultura e sistema jurídico muito peculiares. Ainda que o país tenha todos os seus esforços direcionados para o fomento dos negócios, existem detalhes típicos que podem ser um entrave para aqueles que queiram desbravar as suas oportunidades. Com um sistema jurídico bem complexo e, assim como o brasileiro, bem moroso, obstáculos legais podem se tornar um empecilho, caso não sejam bem planejados. Para que tenham sucesso, as empresas que adentram ao mercado indiano são naturalmente forçadas a adaptarem os seus produtos e a forma de atuação às particularidades indianas, o que requer uma assessoria profissional especializada. Esta é uma receita para que os investidores tenham sempre uma prazerosa e lucrativa experiência nesta terra de tantas e crescentes oportunidades.

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*Membro do Fórum Mineiro de Jovens Lideranças, gerente de Relações Institucionais do escritório Manucci Advogados









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