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Pérola da Música Popular Brasileira - Riachão da Bahia

A figura aí em cima chama-se Clementino Rodrigues e quando fez esta foto estava com 80 anos. Sabem de quem se trata? É o Riachão, um dos maiores nomes da música popular brasileira, mas que poucos conhecem. Ele sempre fez jus ao título de que “baiano não nasce, estréia”. Ganhou a vida de 1944 até 1971 como cantor e instrumentista na Rádio Sociedade da Bahia. Com o fim da era do rádio começou a passar dificuldades e pediu a ACM um emprego. Foi atendido sendo contratado como contínuo de um banco chamado Desenbanco. Em 1973 a antiga gravadora Phillips fez um disco primoroso com a nata dos sambistas baianos do qual participou juntamente com Batatinha e outros.

4/3/2008


Pérola da Música Popular Brasileira - Riachão da Bahia

Abílio Neto

A figura aí em cima chama-se Clementino Rodrigues e quando fez esta foto estava com 80 anos. Sabem de quem se trata? É o Riachão, um dos maiores nomes da música popular brasileira, mas que poucos conhecem. Ele sempre fez jus ao título de que "baiano não nasce, estréia". Ganhou a vida de 1944 até 1971 como cantor e instrumentista na Rádio Sociedade da Bahia. Com o fim da era do rádio começou a passar dificuldades e pediu a ACM um emprego. Foi atendido sendo contratado como contínuo de um banco chamado Desenbanco. Em 1973 a antiga gravadora Phillips fez um disco primoroso com a nata dos sambistas baianos do qual participou juntamente com Batatinha e outros.

Quando Caetano e Gil voltaram do exílio escolheram uma música de Riachão para comemorar o regresso e também dar algumas alfinetadas, pois a música chamava-se "Cada Macaco no seu Galho", onde os versos diziam que "o meu galho é na Bahia, o seu em outro lugar".

Depois disso Riachão teve direito a um disco só seu, aos 80 anos, gravando ao lado de estrelas como dona Ivone Lara e o próprio Caetano Veloso. Quando a saudosa Cássia Eller gravou o seu CD acústico todo mundo queria saber de quem era aquele samba porrete e bem humorado chamado "Vá Morar com o Diabo". Claro, era de Riachão, um grande compositor de samba e também de forró. Em 1963, a mais tradicional formação do Trio Nordestino (Lindu, Cobrinha e Coroné) estreou no disco com a fabulosa "Retrato da Bahia": "Quem chega na praça Cayru/ E olha pra cima, o que é que vê?/ Vê o elevador Lacerda/ Que vive a subir e a descer/ É o retrato fiel da Bahia/ Baiana vendendo com alegria/ Coisinha gostosa de dendê"... Jackson do Pandeiro e Marinês também gravaram músicas suas.

Este ano de 2008 uma grande tragédia aconteceu na vida do nosso querido Riachão logo no início do ano. Na volta da festa de noivado de um de seus filhos, no Estado do Rio de Janeiro, um acidente de automóvel tirou a vida da sua esposa Dalva, a quem chamava de "Estrela Dalva" e mais um filho, uma filha, uma nora e um genro. Riachão foi a nocaute. Ele que era um dos mais alegres malandros da Bahia, não sai mais de casa, não recebe os amigos, não canta, não demonstra mais alegria de viver. Como tem 86 anos a preocupação aumenta ainda mais. Estas linhas foram escritas pra dar forças a seu Riachão, ele que na mocidade ganhou esse apelido por ser valente, brigão. Então, caro amigo, vença mais essa. Você nunca foi homem de correr da parada! Você é a cara da Bahia! Vamos ouvir um pouco da arte desse mestre? Aqui ele está ao lado de Caetano Veloso, outro que está muito temeroso pelo seu estado de saúde. Sai pra lá, depressão. "Vá morar com o Diabo"!

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*Migalheiro





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