Os escritórios de advocacia na nova conjuntura econômica
Urbano Vitalino Neto*
No âmbito estadual, as perspectivas são ainda mais animadoras, sendo previsto para Pernambuco um crescimento do PIB da ordem de 10%, já no ano de 2008.
Diversos fatores contribuem para esse cenário alvissareiro, como, por exemplo, o entrosamento político na Administração Pública, nas esferas federal e estadual, a execução de projetos de relevo no Porto de Suape e os investimentos programados para a infra-estrutura no Estado, que mantêm em alta o entusiasmo no nosso meio empresarial.
Por outro lado, esse novo cenário econômico resultou no crescimento do setor de serviços jurídicos no Brasil que, em 2007, viveu o maior apogeu da sua história, superando, inclusive, a boa fase dos anos 90, com seu desenvolvimento efêmero, fruto das privatizações da época.
Parafraseando Chico Buarque, os escritórios de advocacia decidiram que não poderiam apenas ficar na janela a ver a banda passar e resolveram se preparar para responder, com competência, ao aumento vertiginoso da demanda, o que os levou a investir, prioritariamente, no capital humano. Assim, os escritórios incorporaram especialistas em diversas áreas do Direito Empresarial, promovendo grande crescimento e capacitação na área consultiva das bancas de advocacia, área indispensável para proporcionar aos clientes a maior segurança jurídica possível nos seus novos empreendimentos.
Se, por um lado, os ventos favoráveis ao desenvolvimento trazem expansão dos investimentos, por outro, o aumento dos negócios e das relações jurídicas tendem a resultar, também, no crescimento dos conflitos de interesses e disputas judiciais. Por essa razão, os escritórios não podem se descuidar do contencioso, área de extrema relevância, investindo pesadamente na capacitação técnica dos profissionais e em tecnologia da informação, proporcionando maior eficiência, visando minimizar os impactos negativos da morosidade do Poder Judiciário e um maior controle do grande quantitativo de processos sob sua responsabilidade.
Enfim, tomando por inspiração o título do filme de Ridley Scott, protagonizado por Russell Crowe, podemos dizer que o setor teve "Um Bom Ano" e, para esse ano de 2008, em particular, a expectativa é que o governo cumpra sua promessa de elevação dos investimentos em saúde, educação e infra-estrutura, priorizando a redução de custos da máquina pública e não a majoração de tributos, e, enfim, contribua para a consolidação de um cenário econômico favorável e mais justo, para que o setor privado possa continuar crescendo, gerando empregos com responsabilidade ambiental e social e criando as condições necessárias ao desenvolvimento sustentável do nosso País.
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*Advogado e sócio do escritório Siqueira Castro Advogados
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