Migalhas de Peso

O grande agiota

No dia 13.2.2008, fui mais uma vez surpreendida ao ler meu jornal com a informação que um dos maiores bancos nacionais divulgou o seu ganho de 2007, onde seu lucro cresceu 97%, chegando a inimaginável quantia de R$ 8,47 bilhões.

22/2/2008


O grande agiota

Sylvia Romano*

No dia 13/2/08, fui mais uma vez surpreendida ao ler meu jornal com a informação que um dos maiores bancos nacionais divulgou o seu ganho de 2007, onde seu lucro cresceu 97%, chegando a inimaginável quantia de R$ 8,47 bilhões.

Eu, como todo brasileiro mais ou menos esclarecido, questiono a importância deste resultado e a falta de sensibilidade dos seus dirigentes em fazer alarde sobre tal desaforo que somos obrigados a engolir. Qualquer empresário consciente neste país sabe que, neste momento, seus negócios vão de mal a pior, e que o ganho exorbitante destes novos agiotas que se tornaram os bancos em nosso território é um descalabro cada vez maior, e pior, com a conivência de um governo corrupto e comprado por estas instituições financeiras.

Um setor que tem de ter entre as suas prioridades o fomento da economia e do desenvolvimento passou a ser o espoliador de todos nós, obrigados pelo sistema a trabalhar com esses novos ditadores da economia. Um setor como o financeiro, que remunera as aplicações de todos aqueles que conseguem amealhar migalhas em torno de 0,7% ao mês e que cobra juros em média de até 10% ou mais daqueles que necessitam de empréstimos, não está gratificando, mas achacando ou melhor dizendo roubando de seus correntistas.

Este setor ditatorial que se tornou todo o sistema bancário nacional, em vez de remunerar seus colaboradores em função da sua alta rentabilidade hoje graças à informatização de todo o sistema, paga um dos mais baixos salários de toda a economia e, em contrapartida, cobra de seus correntistas até o estacionamento de quem precisa se dirigir às suas agências.

Nesse momento de grandes escândalos políticos, o resultado financeiro deste banco poderia até servir de cortina de fumaça para os desmandos governamentais que ocorrem em Brasília, o que talvez venha até a fazer parte dos acordos que, com certeza, existem entre os sócios membros da Febraban e quem comanda este pobre e explorado Brasil.

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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados










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