Vez ou outra, fala-se muito no amor ao próximo. Provavelmente, isso possibilitou que uma parte da humanidade fizesse da empatia uma palavra bastante usual, no momento. Tão cômodo para todos nós assumirmos uma postura inquisitória a fim de julgar e, na maioria das vezes, condenar a todos, visto que nos colocarmos no lugar do outro pode ser considerado um esforço hercúleo.
Dá-se um passo a frente, na proporção em que se retrocede duas ou três casas. Fala-se muito em evolução de valores, na medida em que o egoísmo, a ganância e outros malefícios adquirem força com grande intensidade, no curso dessa caminhada.
É interessante como vivemos em uma sociedade cada vez mais paradoxal, onde as pessoas, mediante as redes sociais, estão sempre mostrando-se sadias, quando, na verdade, padecem das mais variadas doenças psicológicas.
Vivemos em um meio povoado ou, melhor dizendo, infestado de pessoas bipolares, depressivas e agora, mais do que nunca, psicopatas. E para piorar, existem também os sociopatas. E o que difere a psicopatia da sociopatia? Simples: a primeira diz respeito a uma origem genética, biológica ou psicológica; enquanto a sociopatia remete a um ambiente social.
Tudo isso me faz lembrar de uma frase dita por Renato Russo, em meados da década de 1980: "Amar ao próximo é tão fora de moda". Agora, mais do que nunca, isso vem se tornando tão obsoleto quanto o videocassete e a máquina de escrever. É possível que isso seja puro pessimismo de minha parte, mas, em meio a esse quadro, qual ideia se pode ter que não seja essa?
Não sei se tudo isso que estou falando seja mera demagogia. Entretanto, diante dessa situação, busco expressar meu ponto de vista por meio desse texto, colocando-me na posição de ser humano, sob a seguinte constatação: procurar me tornar melhor não para pisar nos outros; mas jamais me tornar o próximo da fila (mais um) corrompido ou contaminado.