Migalhas de Peso

O papel da tecnologia no mercado jurídico

Investir em tecnologias digitais é crucial para a competitividade das empresas. Em 2023, o Brasil investiu mais de 50 bilhões de dólares em tecnologia, destacando-se globalmente e na América Latina.

27/8/2024

As novas tecnologias digitais podem ajudar na otimização, organização e administração das mais diversas atividades do ser humano. No âmbito dos negócios, é impensável deixar de lado investimentos na aplicação das mais modernas ferramentas tecnológicas aos processos e à estrutura das empresas, não apenas em busca de melhorias, mas para que se mantenham competitivas e atualizadas no mercado.

De acordo com o levantamento “Mercado Brasileiro de Software: Panorama e Tendências 2024”, elaborado pela ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software em parceria com a consultoria IDC, os investimentos em tecnologia no Brasil superaram a casa dos 50 bilhões de dólares no ano de 2023, posicionando o país entre os dez que mais investem no mundo e, ainda, como líder no segmento na América Latina.

Esses dados apenas realçam aos desavisados o que já é evidente para quem já está no mundo dos negócios: investir em tecnologia não é uma opção, é uma necessidade para o sucesso. A premissa é válida para todas as áreas e para empresas de todos os tamanhos, cada qual na sua devida proporção.

No segmento jurídico a movimentação tem sido intensa nesse sentido, com elevados investimentos. Muitas ferramentas foram lançadas e passaram a ser utilizadas como padrão na gestão dos ativos, na identificação de novos negócios, para o melhor atendimento aos clientes, automação de processos, entre outros.

Com o avanço das ferramentas baseadas em inteligência artificial, algumas atividades que antes demandavam grande esforço e tempo de especialistas foram aperfeiçoadas, como a identificação de informações específicas e pré-determinadas em processos judiciais, facilitando a análise inicial e a elaboração de propostas, petição .

Existem ainda os mais diversos tipos de robôs, ou seja, programas de computador que são usados para identificação de processos com, por exemplo, cálculos já homologados, para a busca de certidões de pessoas físicas e jurídicas, para a análise e identificação de melhores pagadores entre os entes públicos, entre outros fins. E há também os robôs mais voltados aos processos internos das empresas de direitos creditórios, como os responsáveis por atualizar os processos que chegam pelos formulários dos sites ou das redes sociais, coletando os dados de forma automática.

Muitas das tarefas que seriam enfadonhas para os funcionários humanos, passaram a ser realizadas por meio de ferramentas da tecnologia da informação, com os diferentes tipos de robôs, que contribuem para a melhoria do desempenho das empresas e para a obtenção de dados mais precisos e abundantes nas análises processuais.

Em suma, não se pode mais desvincular a gestão de processos judiciais do uso da tecnologia, visto que atualmente essas ferramentas têm um papel indispensável tanto na identificação das oportunidades quanto na maximização dos ganhos para cedentes e cessionários dos créditos judiciais. E certamente ainda há muito mais por vir.

Renata Nilsson
CEO e sócia da PX Ativos Judiciais | Consultora especializada em fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas focadas na aquisição de créditos judiciais incluindo trabalhistas, cíveis e precatórios.

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