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Dívida ativa com o governo: Como evitar que seu negócio entre em colapso financeiro

Dívida ativa, débitos com o governo, impacta tanto o governo quanto os contribuintes. Essa situação legal pode levar a ações judiciais e medidas coercitivas, afetando a sustentabilidade financeira das empresas.

28/2/2024

A dívida ativa representa uma das facetas mais críticas da gestão fiscal tanto para o governo quanto para os contribuintes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. No âmbito empresarial, compreender a natureza e as implicações da dívida ativa é fundamental para a sustentabilidade financeira e a conformidade legal do negócio.

Juridicamente, a dívida ativa é classificada como o conjunto de débitos que pessoas físicas ou jurídicas possuem com o governo, em qualquer de suas esferas: municipal, estadual ou federal. Esses débitos podem surgir de diversas fontes, incluindo, mas não se limitando a, impostos não pagos, taxas, multas administrativas e contribuições sociais que, por algum motivo, não foram quitadas no prazo estabelecido pela legislação vigente.

A inscrição de um débito na dívida ativa é o último recurso do governo para cobrar o que lhe é devido, após esgotadas todas as tentativas de recebimento por meios administrativos. Esse processo confere ao débito uma nova natureza jurídica, transformando-o em título executivo extrajudicial. Isso significa que o governo pode, então, iniciar ações judiciais específicas para a cobrança forçada desses valores, incluindo a possibilidade de penhora de bens, bloqueio de contas bancárias e restrições ao crédito do devedor.

Para os empresários, a inscrição na dívida ativa não apenas representa um risco direto à liquidez e ao patrimônio da empresa, mas também afeta sua reputação no mercado, podendo comprometer relações comerciais e a obtenção de financiamentos. Portanto, a gestão proativa das obrigações fiscais e a rápida regularização de eventuais débitos inscritos na dívida ativa são essenciais para evitar consequências mais graves para o negócio.

Diferença entre dívida ativa tributária e não tributária

Ambas representam obrigações financeiras pendentes com o governo, mas diferem significativamente quanto à sua origem e às implicações legais para o devedor, neste caso, o empresário.

A dívida ativa tributária refere-se aos débitos originados do não pagamento de tributos, que incluem impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Estes são valores que o governo, em suas diversas esferas, cobra para financiar suas atividades, incluindo serviços públicos essenciais como saúde, educação e infraestrutura. A não regularização desses débitos implica não apenas na aplicação de juros e multas, mas também na possibilidade de inscrição do nome do empresário ou da empresa em cadastros de inadimplentes, como o CADIN (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal), restringindo o acesso a financiamentos e participações em licitações públicas.

Por outro lado, a dívida ativa não tributária engloba todas as outras dívidas para com o Estado que não se enquadram na categoria tributária. Isso inclui multas administrativas (ambientais, de trânsito, regulatórias), indenizações por danos causados ao patrimônio público, aluguéis ou taxas de ocupação de imóveis públicos, entre outros. Embora possa parecer menos severa à primeira vista, a inadimplência de dívidas não tributárias carrega consequências igualmente graves, como a execução de bens para satisfazer o débito.

A gestão proativa dessas obrigações é essencial para evitar a escalada de penalidades e o agravamento da situação fiscal da empresa. O conhecimento preciso sobre cada tipo de dívida permite ao empresário planejar adequadamente o fluxo de caixa, priorizar pagamentos e, quando possível, contestar ou reduzir valores indevidamente atribuídos. Além disso, o entendimento profundo sobre a dívida ativa não é apenas uma questão de conformidade legal; é uma estratégia essencial de gestão de risco e planejamento financeiro. A dívida ativa, seja ela tributária ou não tributária, carrega implicações significativas que podem afetar a operação, a reputação e a viabilidade financeira de um negócio. 

Em resumo, a compreensão da dívida ativa é fundamental para qualquer empresário que deseje navegar com sucesso no complexo ambiente de negócios atual. Além de evitar penalidades e complicações legais, uma abordagem proativa e informada à dívida ativa contribui para a saúde financeira a longo prazo do negócio, assegurando sua sustentabilidade e crescimento contínuo.

Gilmara Nagurnhak
Pós Graduada em Direito Civil e Direito Processual Civil Pós Graduanda em Direito Tributário Uma advogada apaixonada pelo mundo empresarial!

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