Liderar em épocas de crise é um desafio que se impõe a empresários, executivos, CEOs, CFOs dos mais diversos setores da economia. Não importa a área, o líder é o guia que vai à frente das ações. Para isso, ele precisa ter como foco a perpetuidade dos negócios, aliando critérios de retidão e cuidados com as pessoas, sejam seus colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade, buscando o lucro com responsabilidade social.
Os últimos anos, além dos cenários complexos da economia que têm flutuações significativas, mostrando que não há mar calmo, veio a Covid-19, que fez saltar aos olhos várias enfermidades que estavam sob um véu: problemas de Burnout (estresse crônico advindo do trabalho), o “Quiet Quittig” (trabalhar o mínimo necessário) e a grande rotatividade nas empresas, diluindo a cultura empresarial. Soma-se a isso o fato de que as pessoas e as empresas precisaram se adaptar a uma nova forma de trabalhar que inclui o trabalho híbrido, que passou a ser um quesito importante na escolha de uma empresa; o propósito do negócio em si, as ações sociais e ambientais da empresa, bem como a política de Recursos Humanos, incluindo a capacitação.
No estudo realizado pela Talent Academy – Bloomberg Línea de 22/11/2023 – texto de Marcelo Sakate, “A produtividade aquém da esperada de profissionais ou a rotatividade acima do desejado são alguns dos principais desafios de empresas e gestores nos dias atuais. Um novo estudo recém-concluído com mais de 25.000 trabalhadores de algumas das maiores empresas do país acaba de revelar novas informações sobre o que realmente funciona como fatores de engajamento das pessoas algo que, no fim do dia, se reflete justamente em entregas dentro ao acima do espero e retenção de talentos.” Para Renata Betti, sócia e cofundadora da Talent “se as pessoas não têm autonomia, não se sentem conectadas com o propósito da empresa e não são desafiadas profissionalmente, elas não vão ficar. É importante ter essa clareza.”
Com a proposta de dar longevidade aos negócios, acredito que a liderança deve ter um olhar sobre a tecnologia da informação e a inteligência artificial no dia a dia das empresas. É importante o repensar o mundo do trabalho com o foco de não onde e quando trabalhamos, mas sim por que trabalhamos? Esse senso de propósito traz novos direcionamentos na forma de atuar no ambiente de negócios.
É papel do líder olhar para dentro do seu modelo de negócio, mas sem deixar de ver sob a ótica do cliente, que busca serviços altamente qualificados e deseja que suas expectativas sejam superadas a cada nova compra, consumo etc. Não para mais para ser estático. A mudança de drive é muito rápida. E por fim, cada vez mais as pessoas e empresas esperam serviços totalmente integrados, ou seja, soluções que atendam a necessidade por completo.
E aí vem a pergunta: “como garantir a perenidade do negócio, atender as expectativas de clientes e manter um clima organizacional positivo com equilíbrio”, acredito que uma das chaves é a tecnologia, a inovação, que se traduz na inteligência artificial aplicada aos negócios. Assim é possível aumentar a produtividade, reduzir custos operacionais, automação de processos, redução de erros e possibilidade de melhoria na tomada de decisões.
Com a ajuda da inteligência artificial, o líder poderá dedicar maior tempo para estruturar ações que permitirão alcançar novas etapas de crescimento e desenvolvimento. Ele poderá, por exemplo, estruturar fusões com outras empresas; aquisição ou investimentos em startups; aquisição de ativos/marcas de outras empresas do segmento; e mesmo fazer uma reorganização da estrutura societária.
Outras ações que poderão alçar novos voos como a constituição de uma nova entidade jurídica por meio de Join Venture; acompanhar o mercado e lançar novos produtos; expandir com novas unidades tanto de produção ou como de vendas; modernizar suas produções com a substituição e/ou aquisição de máquinas/equipamentos e além de investir na qualificação e treinamento das suas equipes.
São muitos desafios que podem apoiar na perpetuação do negócio, por isso, acredito que as lideranças devem adquirir uma visão mais holística de negócios e focar em desenvolvimento humano, construção de alianças estratégicas e tomada ágil de decisões orientada por dados, e não por “achismos”.
As empresas, independente do seu porte, devem preparar suas lideranças, para que conduzam os negócios para o futuro e, por isso, precisam desenvolver uma capacitação executiva inédita, com foco em liderança de impacto, que tem clareza dos propósitos e que as decisões precisam ser mais conscientes possíveis, buscando o que é bom para si, para os outros e para o contexto.