Nosso país tem enfrentado desafios político-econômicos que têm levado a um crescente êxodo de profissionais e empresas para o exterior, em busca de melhores oportunidades. O impacto dessa tendência é inegável, e um olhar atento sobre a situação revela um cenário complexo e multifacetado.
Na semana passada, nosso site publicou um artigo intitulado "Os Diplomados Fogem da Crise – Parte II", que expôs a contínua migração de profissionais liberais do Brasil para o exterior, especialmente para os Estados Unidos. Baseado em informações fornecidas por nós mesmos e explorando um relato da Revista Veja datado de janeiro de 2016, o artigo lançou luz sobre um fenômeno que persiste devido à crise político-econômica que há anos assola nossa nação.
Hoje, expandimos essa discussão para abordar não apenas os profissionais liberais, mas também os empresários e empresas que têm tomado a difícil decisão de deixar o Brasil. Os números falam por si: de acordo com dados do Jornal O Globo, mais de 730 mil empresas encerraram suas atividades no país somente em 2023. Esse dado alarmante é parte de um padrão crescente que se reflete nos números do mapa de empresas do governo federal. No primeiro quadrimestre do mesmo ano, o fechamento de 736.977 empresas representa um aumento de 34,3% em relação ao último quadrimestre de 2022, e um salto de 34,7% em comparação com o mesmo período em 2022.
Observa-se que muitas dessas empresas optaram por fechar suas portas no Brasil e buscar oportunidades em outros países, sendo os Estados Unidos um dos destinos mais atrativos. No entanto, especialistas, como o advogado Witer DeSiqueira, destacam a importância de um planejamento cuidadoso. Ele enfatiza que, antes de encerrar as operações no Brasil, é recomendado estabelecer uma filial, Centro de Distribuição ou empresa coirmã nos EUA. Isso não apenas facilita a obtenção do visto L-1A, destinado a executivos, mas também oferece uma base sólida para o processo de imigração, incluindo cônjuge e filhos menores de 21 anos. Witer DeSiqueira destaca ainda que o visto L-1A é de "dupla intenção", permitindo a possibilidade de ajuste de status para o visto EB-1C, que é um Green Card, após um certo período.
O governo dos Estados Unidos tem reconhecido a importância dessa migração de executivos e tem adotado medidas para agilizar os processos de visto L-1A. Mudanças estão sendo implementadas pelo USCIS para garantir notificações mais rápidas e seguras aos solicitantes desse visto. A necessidade de uma transferência tranquila e eficaz é enfatizada por Witer DeSiqueira, que aconselha os empresários que planejam essa mudança a procurarem orientação de advogados especializados em internacionalização de empresas e imigração para os Estados Unidos. Cada passo desse processo complexo deve ser meticulosamente analisado para evitar impactos negativos.
Em conclusão, a crescente tendência de empresas brasileiras emigrando para os Estados Unidos é um reflexo do ambiente econômico e político do país. A crise prolongada tem forçado muitos a explorar oportunidades além das fronteiras nacionais. No entanto, essa mudança não é isenta de desafios. O planejamento estratégico, o entendimento dos procedimentos de imigração e a busca por orientação legal especializada são componentes cruciais para uma transição bem-sucedida. À medida que a paisagem empresarial continua a evoluir, é imperativo que os empresários enfrentem esses desafios com resiliência e determinação, sempre em busca de um futuro mais estável e próspero.