Ainda no cárcere, o ali ex-futuro-presidente Lula dizia a frase epigrafada nas poucas entrevistas então permitidas, no ápice da persecução político-judicial (“lawfare”) que sofria.
A História provou em tempo recorde que ele estava certo. Seus processos foram anulados e seus algozes, no dizer da Corte Suprema, inquinados pela iniquidade. Em suas ambições “metajudiciais”, eles haviam destilado o pior dos venenos que pode corromper a jurisdição estatal: a parcialidade venal.
A extrema-direita mundial optou pela política da disseminação da mentira. E do ódio. Da repulsa ao “inimigo” forjado: quem é ou pensa diferente se transforma num oponente-espantalho, costurado pela mentira. Com escancarada inspiração nazi-goebbeliana, o neo-fascismo mundial partiu para uma complexa, dispendiosa e profissional rede subterrânea de (des)informação – no Brasil, o GDO (“gabinete do ódio”) –, que, utilizando-se de um falso ar de improviso amadorista, fingindo-se quase ingênuo, dissemina por sectários e robôs, no faroeste das redes sociais, os mais variados tipos de mentiras e distorções já catalogados, com evidentes objetivos políticos e de dominação tirânica. Não só dos espaços públicos e privados, mas também das mentes e dos corpos do público-alvo. Tudo em nome da pátria, da família, da liberdade do indivíduo e de algum deus ou deuses, a justificar o repúdio à ciência.
Ao mentiroso, claro, não interessa a ciência. É que a missão principal da ciência, no fundo, resume-se a mostrar a verdade, desmascarar a mentira. E a mentira - diz a sabedoria popular - serve ao capeta e não a um deus de verdade ou da verdade: “assim como a serpente, a mentira pode ser sedutora”.
Mas a mentira tem pressa. Busca seduzir não só com a ficção conspiratória, mas com o alarme e a emergência. Por isso, sempre que é pega de calças curtas, desnuda-se e se vê que ela também tem pernas curtas.
Assim, a rede de mentiras que se erigiu - ameaçando com um futuro pior àquele presente que já era ruim - começou a ruir.
O Brasil pode, enfim, estar pendulando agora para um novo despertar. A nuvem negra, fumaça sem fogo, parece que começa a se dissipar.
Os autodenominados “cidadãos de bem”, alarmados com o fim-do-mundo que seria a substituição do capetão por um comunista qualquer, começam a se dar conta que o Brasil não acabou. A vida segue. E não é que até melhorou?
Contra fatos não há narrativas. Ou argumentos. O inferno sugerido pelo mítico GDO não veio.
A verdade está se impondo e mostrando sua força vital. E o GDO está nas cordas. Mas ainda não vencido; não como deveria.
É hora de dar uma forcinha à verdade convalescente. Protegê-la dos contragolpes do GDO. Aquecê-la através da responsabilização de quem propaga mentiras, inclusive seus veículos, as “big techs” e sua frieza imperial. Hidratá-la para esfriar a fogueira dos ódios, através de uma rede de informações de qualidade, fundada no respeito e no amor que mantêm sobreviva a humanidade e a existência em sociedade (que venha um GDA!). Vitaminá-la com doses maciças de educação e de cultura de qualidade, visando à formação de cidadãos plenos e críticos. Ministrar-lhe um poderoso bálsamo: a admiração pelo homem veraz.
Por isso, o combate às Fakes News não é apenas importante. É simplesmente essencial. Disso depende a higidez da verdade, sinapse de um Povo, base de uma Nação. Para que o Brasil verdadeiro – de uma gente alegre, fraterna e esperançada – mostre de novo sua cara, seu sorriso. Imperativa uma boa e eficaz regulação para colocar ordem nesse faroeste, nesse vale-tudo, nesse cada-um-por-si. Que venha a PEC!