Sylvia Romano*
Nós brasileiros sempre fomos um povo pacífico e trabalhador. Somos todos filhos e netos de imigrantes que vieram para o País em busca de melhoria de vida e crescimento. A maioria conseguiu atingir tais objetivos, principalmente os que trabalharam muito. Sorte, alguns tiveram, mas a maioria quanto mais trabalhou, mais sorte teve. Sei que problemas sociais existem em todo o mundo, mas querer que o Estado e a sociedade resolvam esse conflito da forma mais paternalista possível, que é a doação de terras ou moradia, não vai levar aquela parcela da população a lugar nenhum. O ser humano só valoriza o que tem se teve de lutar — e muito — para consegui-lo. Trabalhar cansa, eu sei, pois trabalho há muitos anos; estudar também cansa, eu sei, porque estudei por muito tempo; e trabalhar e estudar ao mesmo tempo, então, cansa mais ainda, mas de forma nenhuma isso me matou, pelo contrário, só me engrandeceu.
O que pretendem os movimentos com essas manifestações de “Poder”? Incomodar o cidadão que não tem nada a ver com o problema, cidadão este que trabalha, paga seus impostos e, de certa maneira, está levando sua vida com dignidade, pois com certeza se esforçou para fazer jus à sua casa, seu carro, seu emprego e suas responsabilidades? Aí vem este grupo de baderneiros, sob o cabresto de ideologias ultrapassadas, interferir no sagrado direito de ir e vir, atrapalhando a vida de todos, impedindo que muitos trabalhadores cumpram com suas obrigações, só porque um bando de preguiçosos e fracassados, querem morar de graça e receber terras que não lhe pertencem e que possam, num passe de mágica, serem vendidas assim que receberem os seus títulos de propriedade.
Acho que o nosso governo que, um dia já foi de esquerda, deveria enquadrar estes movimentos de forma enérgica, pois senão daqui a pouco, estes facínoras não irão só quebrar o Congresso como há pouco tempo fizeram, mas também acabarão com toda a nossa estrutura agrícola e com o País.
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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados
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