Roberto Carlos dos Santos*
Leandro Tripodi*
No curso de outra discussão – também de extrema importância –, acerca da necessidade de implementação de um Código que regule o relacionamento entre fisco e contribuinte, foi aventada proposta de obrigar a administração fazendária a informar, através da Internet, não só a quantidade de servidores alocados em suas repartições, mas também, em caso de greve, o quantitativo diário de adesões, os serviços afetados, as decisões judiciais relacionadas à greve e os acordos de compensação de horas eventualmente firmados.
A necessidade de tal disposição funda-se nos imperativos da transparência e da eficiência, consagrados <_st13a_personname productid="em nossa Constituição Federal." w:st="on">em nossa Constituição Federal. Havendo greve em serviço público, a sociedade civil organizada e a imprensa poderão acompanhar de perto a solução das demandas, atuando como uma espécie de árbitro.
Por outro ângulo, os administradores públicos não poderão, como de costume, tentar ocultar a real repercussão dos movimentos grevistas, manipulando a opinião pública; do mesmo modo, os sindicatos poderão ser cobrados por eventuais excessos. Assim, as greves tenderão a ser encurtadas, para o bem geral.
A norma também motivará a opinião pública a acompanhar e cobrar a melhoria da distribuição de servidores entre locais de atendimento. O cidadão comum poderá questionar o excesso ou carência de pessoal em certas repartições e cobrar providências, pelas vias democráticas.
O ato de dar publicidade aos dados sobre greve em serviço público, por exigir transparência e seriedade aos envolvidos, estimulará a sociedade a realizar a imprescindível pressão a favor do término célere das paralisações, o que beneficiará o cidadão e o servidor. Para os sindicatos, a disponibilidade de dados públicos e oficiais facilitará o controle de adesões.
A rede corporativa da Receita Federal, por exemplo, já conta com mecanismo destinado à avaliação de adesões em movimentos paredistas, acessível, no momento, apenas para usuários internos. Falta um passo importante – tornar público o acesso aos dados. Isso é de importância vital!
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*Técnicos da Receita Federal e diretores do SINDIRECEITA
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