Sou advogada e milito há 20 anos na área de direito de família, entre outras, é claro, sendo que esta é a minha paixão. Acredito no relacionamento entre as pessoas, no diálogo e na força do amor e sempre procurei orientar a meus clientes que, já chegam a mim em situação de extrema vulnerabilidade e com certeza com suas faculdades mentais não 100% em ordem (risos), que, ninguém deveria interferir naquela relação pessoal e familiar e que sempre, em qualquer hipótese, o diálogo, o respeito e a ceder são as melhores opções.
Sempre perguntei: quem saberá o que é melhor para você, para seu filho, para a dninâmica da sua nova família? Você, seu ex companheiro ou o juiz?
Obviamente que façamos aqui a ressalva dos casos extremos que envolvem violência doméstica, alienação parental, pratica de crimes, maus tratos, pedolfilia, e patologias diversas.
E cada vez mais tenho observado que, os porcessos, que chegam, como litrigio no Poder Judiciário, se arrastam por anos a fio, sem qualquer decisão importante e normalmente são processos de milhões de folhas, milhões de acusações, fotos, trocas de mensagens de whatsAPP, briga de poder, de EGO, para saber quem ficará mais horas com o filho nas férias. (a divisão tem que ser identica Doutora), e, então troca feriado, natal, almoço, final de semana para COMPETIR, para dar a ultima palavra e quem está no meio disto tudo? O FILHO, que, não importa se com três anos, 11 anos ou 17 anos, sentirão todos IGUALMENTE estarem sendo disputados e sentirão todos que precisarão de um terceiro para decidir sobre sua vida. Talvez o menor de 3 anos não consiga expressar com palavras o que sente, mas certamente apresentará algum comportamento na escola que demonstrará este sofrimento (mordidas, choros, birras), o de 11 por sua vez, pré adolescente, pode apresentar comportamentos agressivos na escola, com o seu guardião, com seus irmãos, ou recluso, ou até infantilizado, o de 17 se retrair ou então passar a praticar bullying com colegas como forma de chamar a atenção. O fato é que, NINGUÉM PASSARÁ ILESO por isto e daí porque sempre digo: TENTEM UM ACORDO. Veja, um acordo nunca é bom para ambos mas certamente será melhor no futuro, no andar da carruagem, na paz, no poder seguir adiante, sem ter uma energia presa em processos e folhas de brigas, ofensas, xingamentos que, no final, ninguém mais sabe o porquê a briga começou.
Para uma família (sim, todos continuamos sendo famílias, uma nova versão dela é certo, mas família sim, do jeito que dá para ser), tem pais separados que se dão super bem, outros são mais distantes, outros não se falam exceto pelos filhos, mas, a certeza é que, todos amam suas crias, mais do que qualquer Juiz que venha a julgar aquele caso e decidir com que a cria deve passar mais tempo.
Depois que passei por esta experiencia na prática pude, juntamente com meu sócio na criação dos meus filhos (são três, no nosso caso), que, para eles o melhor não é dividir a convivência e hoje seguimos desta forma. Eles tem uma casa, uma rotina pre determinada, segurança e muito amor. Este é um acordo entre nós, pais, que decidimos que assim seria o melhor para eles.
E, engraçado dizer que, na minha prática profissional eu, normalmente oriento meus clientes a dividirem igualmente a convivência para que ambos se sintam contemplados, mas, no final, quem tem que se contemplar: os pais, adultos, ou os filhos, em loading?
Dificil esta resposta. A única certeza que tenho é que somente os pais, divorciados, saberão o que é melhor para a prole.