Placebo nada mais é do que um tratamento ou uma substância sem efeito biológico, ou seja, ele é capaz de produzir um efeito positivo no organismo sem ter capacidade para tal e, embora já seja conhecido há bastante tempo ainda desperta curiosidade, pois seu mecanismo de ação não é completamente definido. Sabe-se que a sugestão de que um determinado efeito irá ocorrer é capaz de estimular áreas do cérebro envolvidas na percepção e na modulação da dor, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos.
O efeito placebo já foi amplamente utilizado no meio científico médico sendo o seu uso fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos médicos. No entanto, por questões éticas, a prescrição de um tratamento placebo é vedada nos casos de doenças aonde já existe um tratamento estabelecido e cientificamente comprovado.
Por outro lado, na direção oposta ao efeito placebo temos o efeito Nocebo. Trata-se portanto do surgimento de sintomas negativos relacionados ou a ação de uma substância ou a sugestão negativa da ação desta. Esse efeito é o que explica a ocorrência de um efeito colateral medicamentoso após o indivíduo ler a bula do medicamento. E da mesma forma que o efeito placebo o efeito Nocebo também é capaz de ativar áreas cerebrais que modulam a dor, levando a uma resposta negativa a ela.
Na prática o nosso maior desafio não é lidar com esses efeitos mas sim explicá-los de forma acessível, pois ao lidarem com as expectativas de dor e suas consequências, ambos são importantes ferramentas utilizadas no estabelecimento do nexo de causalidade para os mais diversos eventos médicos.