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Tendências do mercado jurídico para 2023

Especialistas em marketing jurídico dão dicas bastantes interessantes sobre as tendências do mercado jurídico para 2023, tanto aos profissionais que atuam em escritórios de advocacia como em departamento jurídico de empresas.

6/2/2023

Uma empresa especializada em marketing jurídico para escritórios de advocacia empresarial convidou 18 especialistas para que apontassem as principais tendências em 7 macro áreas de importância ao mercado jurídico: Marketing, Gestão, Business Development, Recursos Humanos, Departamentos Jurídicos, Inovação e ESG. Esse debate resultou na elaboração do Guia 2023 – Tendências do Mercado Jurídico.

Trata-se de um trabalho bem interessante aos profissionais que desejam se manter competitivos e gerar resultados efetivos, tanto aqueles integrantes de bancas de advocacia como aos que atuam em departamento jurídico de empresas.

Vale muito a pena a leitura do Guia na sua íntegra, mas antecipamos para vocês, de forma sintetizada, as principais dicas desses profissionais sobre três dos temas tratados: Marketing, Business Development e Inovação, sem intenção – jamais – de dar “spoiler”; é só um pequeno “trailer” para nossos leitores.

MARKETING

O  “martech” (junção de marketing e tecnologia) é uma nova dinâmica de trabalho em que uma equipe de marketing – geralmente formada por designers, redatores e publicitários – atuam em parceria com profissionais da área tecnologia, tais como cientistas de dados, engenheiros, desenvolvedores, programadores e outros perfis tipicamente de TI,.

Isso porque o mercado, inclusive o jurídico, não mais espera do profissional de marketing aquele  tradicional perfil do sujeito criativo e de sacadas geniais; agora, é fundamental que ele também domine dados e esteja familiarizado com outros elementos da transformação digital.

Por outro lado, o comportamento de consumo tem atravessado consideráveis mudanças nos últimos tempos. A taxa de produção de dados tem se duplicado a cada dois anos. Durante um ano, são produzidos 2,5 quintilhões de bytes de dados digitais.

A sobrecarga de informações à qual estamos expostos exige de nós a capacidade de distinção entre a informação confiável, a desinformação e o ruído. Esse cuidado tem se tornado uma necessidade premente e a confiabilidade das informações é alinhada – ainda – pela expertise humana.

E ao centro  de todo esse emaranhado de informações deve estar o interesse dos clientes (ou dos profissionais aos quais o conteúdo produzido é direcionado). Captar a atenção do destinatário da mensagem tem se tornado um desafio cada vez maior. Por essa razão, ao lado dos necessários ineditismo e profundidade do tema tratado – e além do cuidado com confiabilidade das informações –, também é extremamente necessário que a linguagem utilizada seja diversificada para manter o leitor estimulado. E, nesse contexto, os estímulos visuais, vídeos e conteúdo interativo se tornam grandes aliados.

E por falar em estímulos visuais, vale aqui abrir parênteses para comentarmos sobre uma pesquisa realizada com a participação de 147 Juízes Federais, acerca dos principais inconvenientes observados pelos magistrados nas petições, bem como a percepção deles sobre utilização do visual law nas peças jurídicas. Bernardo Azevedo, Coordenador do grupo de pesquisas VisuLaw, em entrevista ao podcast JuridCast com o tema Como os juízes federais percebem o Visual Law, relata algumas das conclusões dessa pesquisa:

  1. principais problemas das petições: argumentação genérica, redação prolixa e excesso de laudas;
  2. o que torna as petições agradáveis para leitura/análise: redação objetiva e boa formatação da peça;
  3. elementos visuais mais utilizados pelos advogados: fluxogramas (46%), links (37%), gráficos (35%);
  4. para 77% dos juízes, os elementos visuais facilitam a leitura desde que utilizados com moderação;
  5. QR Codes: são elementos visuais menos favoritos dos magistrados, principalmente por exigir um trabalho adicional (visualização da mensagem que exige utilização do celular) e em razão da necessidade de ingresso em ambiente virtual externo ao sistema do Tribunal (risco de acesso por hackers).

BUSINESS DEVELOPMENT

Para pleno atendimento das necessidades de um mercado que tem exigido diversidade de conhecimentos e estratégias inovadoras para solução de suas questões jurídicas, a composição dos profissionais das equipes –  seja de bancas de advocacia ou de departamentos jurídicos internos – deve ser o mais ampla e diversificada possível, ou seja, composta também por profissionais de áreas “não jurídicas”.

Isso porque, cada vez mais, as demandas dos clientes, principalmente aqueles empresariais, exigem maior agilidade, eficiência e visão multifocal para solução de seus problemas mais complexos, os quais devem ser analisados não somente sob o enfoque jurídico.

INOVAÇÃO

A inovação é uma medida essencial aos profissionais e organizações que pretendem sobreviver às mudanças deste século. Porém, o conceito de inovar, nesse contexto,  deve ir além da simples adoção de novas tecnológicas na prática jurídica: é necessária uma análise de que lugar o jurídico precisa estar, em quais aspectos ele precisa fazer a mudança significativa, e a tecnologia não é a resposta para todos essas questões.

A inovação jurídica deve estar focada na junção de três pilares básicos: pessoas, processos e tecnologia (“PPT”) e direcionada a um fim específico: satisfação máxima do cliente.

Gislene Costa
Sócia coordenadora da área cível na MSLC Advogados, em São Paulo

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