No domingo do dia 30/10 Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do Brasil com 50,9% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro (PL), seu opositor que pleiteava a reeleição, chegou ao final da disputa do segundo turno com 49,1% dos votos. A pequena diferença de menos de 2 pontos percentuais nas urnas refletem nada menos do que o momento de tensão, polaridade e divergências ideológicas que o Brasil vem vivenciando nos últimos anos.
Em verdade, os resultados das urnas não se tratam somente da escolha do chefe de Estado, mas sim de um confronto entre visões de mundo diferente, vez que os candidatos representavam, claramente, os espectros políticos da direita e da esquerda no Brasil.
Além de perspectivas divergentes acerca de valores, gestão cultural e meio ambiente, as que mais se destacam são as visões opostas acerca da economia e segurança pública bem como sobre conceitos conservadores e liberais.
Ocorre que, de uma forma ou de outra, a sensação é de que a criminalidade cresce a cada dia no Brasil, ao passo que a economia vem sendo intensamente impactada por uma crise sem precedentes (causada, principalmente, pela pandemia). Nesse cenário, em que pese a promessa do presidente eleito em reforçar as ajudas sociais no cenário econômico e promover o uso qualificado da ação policial no âmbito da segurança pública, o seu principal desafio será a rápida melhoria dessas situações que tanto afligem os brasileiros.
Assim, desiludidos com a economia e sobretudo com a segurança de suas famílias, a solução que muitos brasileiros podem encontrar é tentar viver em outro país.
Os Estados Unidos, por exemplo, sempre atraíram muitos brasileiros com o já conhecido, desde a década de 70, “Sonho Americano”. Essa atração crescerá ainda mais em 2022/23 em razão de o dólar ter virado uma estratégia de investimento. Ter ganhos em dólar passou a ser o sonho de muitos brasileiros.
Parece um sonho poder caminhar livremente nas ruas sem correr o risco de assalto, se locomover com transporte público com preço justo e ser remunerado em dólar - valor referente a quase 5 vezes mais que o real. Hoje, diante da instabilidade brasileira, a vida nos Estados Unidos voltou a ser um grande desejo.
Para além, a vitória do ex-presidente Lula, poderá incentivar a saída do país de pessoas que não concordam com os escândalos de corrupção que ocorreram nos governos anteriores. Ademais, esse grupo acredita também que a ideologia seguida pelo presidente eleito desincentiva o crescimento econômico ao não facilitar e alavancar o empreendedorismo e favorecer as estatais.
Para essa parcela da população que deseja investir, mas que se encontra desmotivada com a realidade brasileira, e considerando os vistos da categoria EB (Employment Based ou baseados em emprego), fica como opção o visto EB 2-NIW, onde o aplicante deverá demonstrar através de um Business Plan (Plano de Negócio) como a sua ideia de negócio pode impactar positivamente os EUA.
Outrossim, outra alternativa seria o visto EB5, destinado a investidores imigrantes que procuram entrar nos Estados Unidos para se envolver em novas empresas comerciais que beneficiem a economia dos EUA, criando empregos com investimento de capital.
Por outro lado, aqueles satisfeitos com a vitória do Lula podem ficar inicialmente frustrados em razão da dificuldade em imediatamente colocar em prática o plano de governo. Isso porque o novo presidente enfrentará alguns desafios que retardarão a aplicação do seu plano, vez que o petista primeiro terá que negociar com o Congresso Nacional (de maioria bolsonarista), bem como terá que alocar seus apoiadores da frente ampla (que possuem interesses bastante diversos) em cargos do seu governo.
Para essas pessoas, que não desejam esperar essa transição de governo, uma alternativa são os vistos de não-imigrante, que permitem aos estrangeiros a residência temporária nos Estados Unidos a depender da finalidade.
Por exemplo, o visto O-1 permite que indivíduos que possuem habilidade extraordinária nas ciências, artes, educação, negócios ou atletismo, residam nos Estados Unidos por até 3 anos - bastando apenas demonstrar que irão continuar a atividade que os deu renome, beneficiando o país com essa habilidade.
Outra opção é o visto de estudante (F1) para aqueles que desejam realizar algum curso ou especialização nos Estados Unidos por um tempo determinado – retornando ao Brasil ao final do programa.
Em suma, é certo que mudanças sociais e políticas dentro de uma nação são lentas e podem durar anos, o que gera o desejo de cidadãos buscarem ao redor do mundo aquele local onde melhor pode contribuir para o seu desenvolvimento.