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União Europeia - “Eu Tenho a Força”

A Amazônia é patrimônio do Brasil e continua despertando a cobiça internacional.

19/9/2022

Os países que cobiçam a Amazônia não tem a mínima ideia do que é e a sua história, sabem apenas que se trata de uma região riquíssima cuja produção pode provocar o desequilíbrio do poder alterando em favor de uma ex colônia a geopolítica, o que é imperdoável. É inadmissível o atrevimento de ex colonos pretendendo obter a supremacia no comércio internacional, chega a ser até um desrespeito aos nossos colonizadores, consideram que deveríamos continuar a nos comportar como província ultramarina repetindo o mantra – sim senhor e não senhor – deixando que explorassem as riquezas da região, afinal somos, na opinião deles, incompetentes para gerí-la.

A recente decisão do Parlamento Europeu contra o Brasil, estabelecendo ‘sanções’ contra o nosso país em função do ‘termo genérico desmatamento’ corrobora as minhas afirmativas. O embaixador do Brasil junto à UE, Pedro Miguel da Costa e Silva, evitou citar cifras, mas destacou que a futura regulamentação europeia poderá ter impacto numa parte significativa das exportações agropecuárias brasileiras. Ele qualificou a posição da UE de unilateralismo e disse que o bloco viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). O recente artigo “Em derrota do Brasil, Europa dá sinal verde para sanções ambientais” de Jamil Chade no UOL, quase festejando, traz em seus dois primeiros parágrafos o ressumo do ocorrido:

“O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira, pela primeira vez, uma resolução que estabelece que uma espécie de regime de sanções comerciais seja aplicado contra o Brasil por conta do desmatamento. A proposta prevê que empresas europeias garantam que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não ocorra de uma forma que desmate florestas. Os importadores terão de provar que a compra de produtos ocorrerá a partir de fornecedores que cumpram as exigências ambientais. Uma fiscalização será estabelecida neste sentido. Mas o restante da produção continua a ser exportado de forma regular.”

Alguém tem a “doce ilusão” que a UE está preocupada com o desmatamento fora da Amazônia? Creio que temos que tomar muito cuidado ao ceder à chantagem, pois podemos encorajar o resto do mundo com a nossa fraqueza. Na minha modesta opinião, a UE está se lixando para o que é legal ou ilegal, o que com pureza d’alma afirmo que ainda não existem instrumentos capazes de identificar. O que querem de fato é que não aproveitemos as nossas terras para ampliar a produção.

Vamos pôr as cartas na mesa, o Congresso Nacional legislou estabelecendo, através do Código Florestal, os limites de aproveitamento das propriedades definindo, explicitamente, o que é o aproveitamento ou desmatamento legal ou não. O Código Florestal está sendo obedecido por mais de 95 % dos produtores, as Agroindústrias estão agindo com extremo cuidado. Os governos em todos os níveis têm procurado coibir as ilegalidades existentes investindo milhões apesar de, como já disse antes, não existir ainda um instrumento capaz de promover o reconhecimento do que é aproveitamento legal ou ilegal das terras como ocorreria com a aprovação do PL da Regularização Fundiária entravado no Congresso por forças poderosas. 

Os privados juntamente com os organismos oficiais tem lutado e se rasgado gastando milhões na realização de palestras, seminários, congressos, encontros, além de milhares de quilômetros de documentos, vídeos e fotos para esclarecer a verdade junto à UE. Nada disso tem adiantado, a prova são as sanções ambientais contra o Brasil aprovadas pelo Parlamento Europeu. A União Europeia é um ‘saco de gato’ constituído por países que, apenas, se unem quando vislumbram a possibilidade de perder alguma coisa, no caso a supremacia e controle do comércio internacional.

A Amazônia que é o “pomo da discórdia” tem mais de 80% de suas terras preservadas e o Brasil mais de 60%, o que mais a União Europeia quer se no conjunto da obra sequer consegue preservar mais de 10% de seu território? Quer o domínio e controle do Brasil usando o argumento ‘fajuto’ de preservação da Amazônia enquanto alguns países membros se locupletam de produção ilegal da região, investindo muito nas ONGs, colaboracionistas, mídias e os ditos influencers. Fica muito claro que a União Europeia não respeita a legislação e a cultura do Brasil e dos demais países no seu objetivo de domínio e controle, o que não é de admirar uma vez que não tem qualquer pudor em violar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Temos que mudar de estratégia, o jogo não é de convencimento e sim de poder. Talvez estejamos jogando o jogo errado. Precisamos avaliar que poder temos para um confronto de poderes. Lutar sem paridade de armas é a fórmula certa do fracasso. Na minha modesta opinião o dito mundo ocidental não nos aceita. Somos uma ex colônia cuja a competência e a produção assusta e desequilibra o comércio internacional.

O que há de errado na nossa luta pelo convencimento? É simples - é impossível convencer quem não quer ser convencido. A UE jamais admitirá que temos razão porquanto tal atitude lhe tiraria os únicos argumentos que possuem contra o Brasil, não importando se são verdadeiros ou falsos bastando convencer o mundo que são verdadeiros. Continuar a luta de todas as maneiras é essencial para a nossa sobrevivência e desenvolvimento.

Para os que persistirem em jogar o jogo do convencimento creio que é chegado o momento de convencer Erich von Däniken, escritor e arqueólogo suíço, a escrever uma nova obra, que seria de imediato um best-seller, com o título – “Serão deuses os europeus?”

Gil Reis
Consultor em Agronegócio.

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