A advocacia é uma profissão que transforma, revoluciona e assegura os direitos da sociedade, não sendo possível esquecer a ideia de que sem advocacia não há justiça e que somos porta-vozes da cidadania.
Na prática, o exercício da advocacia não tem sido fácil. O sonho de buscar justiça encontra, em muitos caminhos, empecilhos dentro da própria justiça. Lamentavelmente, assistimos e testemunhamos direitos e prerrogativas da advocacia sendo violados. Uma infinidade de situações desrespeitosas acontecendo em salas de audiências e julgamentos, virtuais e presenciais, e nos corredores dos fóruns com colegas advogados e advogadas.
O Poder Judiciário possui inúmeras deficiências e, entre essas, estão o déficit de servidores e de juízes, onde muitos precisam atender a mais de duas comarcas. Mas não é só isso. Em virtude do período pandêmico, muitos juízes têm se recusado a residir nas comarcas do interior, preferindo aderir completamente ao trabalho remoto, afastando-se ainda mais de quem deveriam se aproximar: a população.
Junto aos desafios do Judiciário, a advocacia e toda a sociedade enfrentam as crises econômica, social e financeira, dificultando, sobretudo, os advogados e advogadas em início de carreira a se inserir no mercado de trabalho, elevando ainda mais as dúvidas de continuar na profissão.
Em 2022, a OAB da Bahia completou 90 anos em defesa da classe e da sociedade. E, no seu histórico, reúne lutas pela democracia, liberdades e outras garantias constitucionais. Inclusive, a OAB é responsável por muitas matérias levadas ao STF com o propósito de se obter declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei e, também, por muitas alterações legislativas junto ao Congresso Nacional, como recentemente com a lei 14.365/2022, que ampliou os direitos e prerrogativas da advocacia.
Na OAB, unimo-nos com a perspectiva de assegurar nossos direitos, prerrogativas e, juntos e juntas, lutarmos por um Judiciário eficiente e que represente os anseios da sociedade, pois quando a advocacia é silenciada ou tem suas prerrogativas violadas é a cidadania que sofre as consequências e é abalada.
Em agosto, ao celebrar o Mês da Advocacia, devemos nos orgulhar por fazer parte de uma classe que prima pela justiça e utiliza a palavra como escudo para assegurar o direito das pessoas e garantir a manutenção do Estado Democrático de Direito.
O sentimento de esperança nos faz sonhar, movimentar o mundo e permite construir grandes projetos e ações, por isso, inspirados no poder de transformação da advocacia, devemos acreditar que podemos, sim, ter um sistema de justiça eficiente e que atenda as demandas sociais.