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ESG versus Constituição

A Constituição deve proteger a liberdade individual contra as ações de promoção da ESG.

24/8/2022

Felizmente conceitos inaugurados para impor o ambientalismo extremado, além das teses científicas, começam a ser contestados por aqueles que tem o poder para contestar e ser ouvidos. O mundo parece estar acordando e percebendo o grande movimento para o controle da humanidade. O controle, inclusive, vem sendo claramente definido como ideológico.

É preciso sempre ficarmos atentos com os movimentos que implementam as ações sugeridas para concretizar a orientação expressada pelo Clube de Roma no século passado seguidas pelo braço ambiental da ONU. A Organização das Nações Unidas tem o discurso afiado para pregar a proteção do meio ambiente. O que é muito justo, afinal quem não depende do meio ambiente? O que não é justo e cabível é que esta organização se omita diante da violação claríssima das liberdades individuais que atentam contra o progresso, crescimento econômico e tecnológico dos países em desenvolvimento.

O discurso dos ambientalistas extremados e as ações destes pregadores do caos começa, com muita força, a ser contestado e enquadrado legalmente. O site FOX Business publicou em 8/8/22 o artigo “O governador DeSantis combate as tentativas de corporações de esquerda de usar o ESG para controlar como as pessoas vivem”, de autoria de Justin Haskins, que transcrevo trechos:

“O governador da Flórida, Ron DeSantis, e os legisladores estaduais republicanos recentemente deram um grande passo para lutar contra as corporações despertas que repetem a agenda esquerdista de Biden. De acordo com um comunicado de imprensa do escritório de DeSantis, sua legislação proposta terá como alvo os padrões ambientais, sociais e de governança (ESG). É um movimento que, se for bem-sucedido, percorrerá um longo caminho para proteger a liberdade individual e promover a economia de livre mercado. Seu projeto de lei, que será apresentado formalmente durante a sessão legislativa de 2023, ‘proibiria grandes bancos, empresas de cartão de crédito e transmissores de dinheiro de discriminar clientes por suas crenças religiosas, políticas ou sociais’.

Também ‘proibiria os gestores de fundos do Conselho de Administração do Estado (SBA) de considerar fatores ESG ao investir o dinheiro do estado’ e exigiria que os gestores de fundos da SBA ‘considerassem apenas maximizar o retorno do investimento em nome dos aposentados da Flórida’. As pontuações ESG são um tipo de sistema de pontuação de crédito social que agora está sendo amplamente usado por corporações e investidores de Wall Street para promover a agenda de extrema esquerda do governo Biden, tudo sem ter que aprovar uma lei no Congresso ou na legislatura estadual.

As pontuações do ESG viram a economia do mercado de cabeça para baixo, recompensando as empresas com base em métricas não financeiras e não comerciais que não têm absolutamente nada a ver com oferta e demanda. Por exemplo, um sistema ESG altamente influente promovido pelo Fórum Econômico Mundial classifica as empresas com base em sua ‘Porcentagem de funcionários por categoria de funcionários, por faixa etária, gênero e outros indicadores de diversidade (por exemplo, etnia)’.

Em outras palavras, em muitos modelos ESG, uma empresa com a proporção ‘errada’ de trabalhadores asiáticos e hispânicos receberia uma pontuação de crédito social ESG mais baixa do que uma empresa que vende bens e serviços de qualidade inferior, mas que tem uma proporção de certos grupos raciais que é considerada desejável pelas elites corporativas.

Da mesma forma, as métricas ESG punem empresas que usam muita água ou terra, não estão comprometidas em adotar várias partes da agenda de mudanças climáticas do governo Biden e não se envolvem em ativismo comunitário. Muitos dos maiores bancos dos Estados Unidos, incluindo empresas como o Bank of America, gestores de investimentos como a BlackRock e grandes empresas de tecnologia como a Microsoft, se comprometeram a usar as pontuações ESG para ajudar a transformar a sociedade para que ela esteja alinhada com vários objetivos da esquerda, especialmente aqueles relacionadas às mudanças climáticas.

Na verdade, todos os seis maiores bancos dos Estados Unidos – Bank of America, Goldman Sachs, Citi, Morgan Stanley, JPMorgan Chase e Wells Fargo – se comprometeram a usar o ESG e seu poder financeiro para forçar a economia dos EUA a produzir carbono líquido zero emissões de dióxido de carbono, uma decisão que está tendo um efeito absolutamente desastroso sobre o investimento no desenvolvimento de combustíveis fósseis em um momento em que os preços do gás estão próximos de seus máximos de todos os tempos. 

As pontuações do ESG também foram usadas para negar acesso a capital ou serviços de pagamento para fabricantes de armas e outros negócios legais odiados pelas elites de esquerda. O ESG tem sido usado para discriminar aqueles que têm opiniões sociais e políticas de que os líderes corporativos não gostam. Por exemplo, o grupo conservador Moms for Liberty afirma que o processador de pagamentos PayPal congelou seus ativos por causa das visões ideológicas da organização.

A legislação proposta por DeSantis, que foi lançada em parceria com o novo presidente da Câmara da Flórida, o deputado Paul Renner, pressionaria as empresas de gestão de investimentos a evitar o ESG, impedindo que muitos dos investimentos públicos da Flórida fossem usados para promover o ESG. Também proibiria os bancos de usar métricas ESG para discriminar clientes com base em suas crenças religiosas, políticas ou sociais.

Bancos, instituições financeiras e gestores de investimentos não devem ser autorizados a usar seu poder econômico para contornar a Constituição e as instituições democráticas discriminando empresas e indivíduos com base em considerações não financeiras.”

Ao que parece a memória do ‘honorável’ Presidente Biden o faz esquecer que os EUA é uma Confederação de Estados Independentes e ele não é o imperador americano quando tenta impor a agenda ESG para todos os estados confederados. E mais, ele também não é o imperador do planeta e continua tentando impor a sua abusiva agenda ESG para todos os países. Nós, os brasileiros, temos que ficar atentos, inclusive os membros que integram os nossos três poderes, que temos uma Constituição que não permite discriminação de nenhuma espécie. “Como articulista, integrante do que chamo ‘a resistência’, fico muito satisfeito que o mundo esteja acordando e refutando o terrorismo climático. No futuro seria muito interessante podermos parafrasear William Shakespeare - O que passou é prólogo.

Com relação aos nossos bancos, notadamente o Banco Central do Brasil, vale ressaltar a mensagem do artigo aqui transcrito: “Bancos, instituições financeiras e gestores de investimentos não devem ser autorizados a usar seu poder econômico para contornar a Constituição e as instituições democráticas discriminando empresas e indivíduos com base em considerações não financeiras”.

Gil Reis
Consultor em Agronegócio.

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