Prazer gov.br, sou Gisele Nascimento, e você quem é?
O que tenho visto é uma população ouriçada para consultar se tem dinheiro esquecido nas contas do Banco Central do Brasil.
Todavia, para fazer a consulta, antes é preciso se cadastrar no Gov.br pelo próprio site ou pelo aplicativo do gov.br para posteriormente acessar e solicitar o resgate, em uma data e período pré-determinado. Doce ilusão!
Tem gente que fez até empréstimo para saldar com o montante que possivelmente tinha a receber, e quando chegou a tão sonhada data da consulta, para sacar seu “primeiro milhão”, tinha míseros R$ 0,01 (um centavo).
Parece anedota!
Quanta atitude bondosa parece ser essa por parte daquele que governa o país. Na real, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Incutir expectativas falsas nas pessoas, quanto desserviço. Olha, que o tiro pode sair pela culatra, já que é ano eleitoral.
Afinal o que é o portal gov.br? É um projeto de unificação e centralização dos canais digitais do governo federal. Desde o ano de 2020 que o governo vem trabalhando para integrar todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Federal. Os principais serviços que foi/estão/serão migrados são os institucionais e de notícias.
Com essa unificação, cerca de 1.600 sites do Governo Federal serão centralizados no portal gov.br, o que segundo dados estatísticos, vai gerar uma economia estimada de R$ 100 milhões ao ano, com custos de manutenção e desenvolvimento, às contas públicas.
E qual é o benefício para a população em se inscrever no portal gov.br? Segundo o governo, economia de tempo e deslocamentos desnecessários, presencialmente aos órgãos públicos, já que com um único usuário e senha poderá o cidadão utilizar todos os serviços públicos digitais que estejam integrados na Conta gov.br.
Doravante, com essa centralização, a bem da verdade, a finalidade do governo é registrar, identificar e digitalizar, os dados de cada pessoa que acessa/utiliza os referidos serviços disponíveis, tendo, assim o controle e monitorização de acesso da população.
Em vista disso, desde o lançamento da plataforma digital, os serviços mais acessados, são a Carteira de Trabalho Digital, a Carteira Digital de Trânsito e o Meu INSS. Além desses, pode acessar, igualmente, o imposto federal, E-social, Cadúnico e muitos outros.
Antes da criação do gov.br, apenas 2 milhões de brasileiros utilizavam os serviços públicos de forma digital e, agora, mais da metade da população brasileira já faz uso de tal canal.
Nesse seguimento, a previsão é que, até o final de 2022, 100% dos serviços públicos sejam digitalizados e disponibilizados no citado banco do governo.
Assim, me parece que o governo federal, para fechar a conta da inserção digital, jogou a isca, e os peixinhos caíram. O que tem de gente tentando se cadastrar no gov.br, não é brincadeira, mesmo os “analfabetos digitais”, e o pior, achando que tem valores a receber.
Dinheiro esquecido no banco central? Conclua você mesmo...
Enquanto isso, vou lá no portal me inscrever também, vai que R$... Lembrando, que uma das exigências é obter a classificação, ouro, prata ou bronze, de acordo com o grau de cada serviço, para finalmente acessar à “sua poupança”.
De resto, e se eu não for uma das sortudas com saldo a receber? Como é fica? Não fica, mas o governo já conseguiu o que queria.
E para finalizar, cuidado, pois além de não ter saldo para usar, gozar, usufruir e dispor, você pode ainda ser vítima de golpes. Logo, caro leitor, não entre em supostos links enviados por e-mail, SMS, Whatsapp ou Telegram dizendo ser do Banco Central, e não informe ou confirme seus dados pessoais em ligações telefônicas e outros meios, já que são personalíssimos e intransferíveis.