Quando falamos nas competências e atividades do advogado pensamos logo nas leis, processos, tribunais, petições e audiências, correto? Aliás, ainda é neste caminho que seguem as universidades e faculdades de direito para formarem os profissionais para este mercado de trabalho..
Resta claro, que toda a formação técnica é extremamente importante para os profissionais do direito. No entanto, o mercado está em uma mudança de paradigmas, principalmente em uma economia tão rápida, volátil e cheia de incertezas trazidas pela era digital.
Não é à toa que nosso mundo atual está caracterizado pelo termo acrônimo VULCA, que proveniente da inglesa, significa Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
Onde estão os advogados neste mercado atual? Em todas as áreas e em todos os lugares, como uma parceria multidisciplinar na qual precisa andar de mãos dadas com a evolução e estratégias das empresas.
Para o novo advogado será necessário ir além dos litígios, será necessário um conhecimento e visão empresarial. Ou seja, não basta conhecer o direito, tem que conhecer as empresas, os seus processos, as pessoas e a atividade empresarial. A perspectiva é olhar na visão da empresa com olhos jurídicos.
O ambiente de negócios está cada vez mais dinâmico e a postura multidisciplinar do jurídico trará segurança aos desafios da era digital trazidos pelos clientes. Ou seja, além de relacionamento multisetorial é necessário ao advogado conhecimento multidisciplinar, indo além das leis, processos, doutrinas e jurisprudências.
O advogado deve se posicionar como parceiro de crescimento, estratégias do planejamento empresarial, oferecer direcionamentos e soluções legais para cada demanda do negócio do cliente indo da alta administração, passando pelo comercial e até na produção. Esse é o grande desafio do profissional jurídico atual.
O advogado atual necessita de mix de habilidade e competências para manter a advocacia que mais cresce, a da desjudicialização. Ou seja, o profissional do direito além de ser especialista necessita ser multidisciplinar por exigência e sobrevivência na economia atual.
O conceito de advogado mudou, o cliente da nossa economia digital enxerga o profissional de direito com mentalidade empreendedora e domínio multifacetado. Esse conceito também deve alcançar os escritórios de advocacia, no qual também devem se tornar multidisciplinares com solução integrada e parceira de serviços jurídicos.
É preciso enxergar o cliente, ou melhor, o negócio dos clientes com novos conhecimentos, habilidade e mentalidades, mesclado com direito. Mas é preciso abandonar a maneira tradicional de advocacia e de se relacionar com os clientes.
O advogado tradicional, especializado em litígio, corre o risco de estar em constante ameaça com a evolução do mercado atual. O cliente precisa do olhar jurídico sobre o seu negócio, mas com análise ampla dos seus problemas atuais e para as estratégias futuras com soluções seguras e redução de riscos. Esse é o novo olhar jurídico.
A advocacia moderna precisa abandonar o estereótipo que atravessa séculos de apenas estar presente para resolver problemas, enfrentar processos judiciais e linguagem rebuscada. A tecnologia, a era digital e a volatilidade do mercado trouxe a necessidade da advocacia presente, futura e preventiva focada no negócio do cliente por completo.
O profissional de direito precisa ampliar seu horizonte para enxergar os inúmeros leques de oportunidades trazidas pela união da tecnologia com o direito, como gestor de projetos, desenvolvedor de normas para ambiente virtual, especialista em dados, gestor de privacidade, análise de dados jurídicos, protetor de ativos jurídicos, dentre outros. Ou seja, enxergar fora das grades do direito tradicional.
Sabe a frase do Charles Darwin que diz: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Assim, é a visão para novo advogado e para nova economia.
Por fim, os advogados e profissionais de direito precisam desenvolver suas habilidades soft skills (além das técnicas), se aliar a tecnologia, ficar de olho nas inovações do mercado e estar em constante Lifelong learning (atualizações frequentes e multidisciplinares).