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Golpe do stories falso no Instagram: Como se prevenir

Desconto de 50% com pagamento via PIX em um celular ou eletrodoméstico é um bom negócio, ainda mais vindo do anúncio de um amigo. Mas será que é o seu amigo mesmo?

9/2/2022

(Imagem: Arte Migalhas)

O Instagram possui mais de 1 bilhão de usuários ativos, sendo que metade destes acessa a rede social todos os dias. Os famosos stories são muito utilizados não só pelo fator compartilhamento de momentos diários, mas também servem como uma ferramenta profissional.

Diante disso, muitos usuários possuem páginas profissionais, ou seja, utilizam o seu perfil como um mecanismo de divulgação de produto/serviço, possuem celular para contato e até site para compras online, e isso significa que se trata de uma página aberta capaz de atingir diversas pessoas.

Foi exatamente isso que atraiu o criminoso. Saber que uma página gera confiança no seguidor e consequentemente o faz gastar o seu dinheiro. Isso deu início a prática ilícita de invasão de perfil que conta com um único objetivo: fazer o seguidor realizar um PIX.

Inicialmente vale ressaltar o ano de 2021 foi marcado por uma sequência de megavazamentos. Dados pessoais, financeiros, senhas e documentos foram os campeões da lista. Além disso, em uma pesquisa realizada pela desenvolvedora de softwares de segurança NordPass, algumas das senhas mais usadas pelos brasileiros neste mesmo ano foram 102030 e 123456, sem contar as senhas que comportam dados básicos como nome e data de nascimento.

Juntamente com isto, aumentou consideravelmente os casos de furto e roubo no país, e sabe-se que boa parte dos usuários deixam as suas redes sociais abertas nos dispositivos.

Este combo favoreceu a atuação do criminoso na invasão de perfil, e agora passamos a falar sobre a técnica utilizada por ele. Pois bem, a intenção do criminoso é obter dinheiro o mais rápido possível. Para isso, ele precisa te induzir em erro (técnica de engenharia social) e ao mesmo tempo de transmitir essa “pressa” que ele está sentindo.

Por isso é muito comum usar posts com: “um amigo vai sair do país e ele está vendendo todos os seus móveis, vamos ajudar ele, e no PIX tem desconto”, “estou me mudando e desapegando de algumas coisas, preciso me mudar pra casa nova urgente” ou “vendo celular para poder pagar um tratamento x,y,z”.

A sua confiança sobre a idoneidade daquele perfil é o que te faz ir para o Direct Messenger e prosseguir com o pagamento. Agora, passamos para as dicas que mostram um stories falso:

1) Repare em fotos que parecem ser retiradas da internet, com postagens desfocadas. Ainda, será uma sequência de fotos. Geladeira, micro-ondas, lava e seca, mesa de jantar são os mais anunciados;

2) Repare nos textos dos posts. Erros de português e sempre induzindo ao PIX.

3) Caso você vá para o Direct Messenger, veja a forma a qual a suposta loja fala com você. Avalie bem o fator “pressa”.

4) Ainda na troca de mensagens, os dados bancários para o PIX não serão os dados da loja ou da pessoa por trás da loja. A técnica utilizada é que o dinheiro já vai direto para este amigo.

5) Os criminosos estão usando instituições pouco conhecidas, e de outras localidades. Faça esse cruzamento de dados.

Identificada a fraude, você também pode ajudar pois lembre-se, o titular do perfil pode ainda não saber que está sendo fraudado, portanto:

1) Avise a loja por outros canais, para que eles possam tomar as medidas cabíveis;

2) Faça um boletim de ocorrência digital, com os dados bancários que o fraudador te passou. Com isso, você auxilia a polícia na localização do criminoso.

3) Abra o site do Banco Central e no rodapé vá em Fale conosco. Nesta página você pode abrir uma reclamação contra os bancos, e com os dados do fraudador você pode denunciar diretamente ao banco isto. O Banco Central vai exigir explicações do banco sobre a abertura desta conta.

Não use suas redes sociais com “pressa”. É com base nisto que os criminosos estão conseguindo ganhar dinheiro. E o mais importante: ative a autenticação de dois fatores para impedir acessos fraudulentos em sua conta.

Fernanda Tasinaffo
Advogada Especialista em Direito Digital, Ouvidora no PagSeguro - PagBank, Perita Grafotécnica e Documental

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