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ESG, inovação e propriedade intelectual: Porque as empresas devem investir nessa parceria

A sigla ESG veio novamente tomando conta dos projetos institucionais de grandes empresas, sendo pauta em mesas de debates e ganhando ainda mais espaço entre os apoiadores de uma relação mais sustentável entre as empresas e o planeta, como um todo.

12/1/2022

(Imagem: Arte Migalhas)

Não há dúvidas que um dos temas mais debatidos do momento é a agenda ESG. No entanto, essa não é uma novidade para empresas que estão atentas quando o assunto é sustentabilidade. O termo ESG surgiu no ano de 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. Desde então, outras pautas tomaram conta deste setor, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).  

Fato é que, recentemente, a sigla ESG veio novamente tomando conta dos projetos institucionais de grandes empresas, sendo pauta em mesas de debates e ganhando ainda mais espaço entre os apoiadores de uma relação mais sustentável entre as empresas e o planeta, como um todo. 

Mas afinal, o que é ESG? A sigla, que em inglês significa Enviromental, Social and Governance, em português é traduzida como ASG – Ambiental, Social e Governança. Trata-se, portanto, de um comportamento empresarial que abarca esses três pilares, com o objetivo de tornar não só o seu próprio ambiente interno, mas o seu entorno, um lugar melhor, que não vise exclusivamente o lucro da companhia. Por isso, ressaltamos, que ESG vai além de um certificado: mas sim um processo a longo prazo, que desagua em posicionamentos, formas de atuar e se comunicar das empresas. Cada vez mais a performance, reputação e lucro destas instituições serão medidos a partir dos parâmetros ESG. 

Nessa busca por se adequar aos padrões exigidos para que uma empresa se torne ESG, há uma grande aliada, que deve sempre ser observada como um investimento a longo prazo: a inovação. Com consumidores adquirindo um novo padrão de consumo, denominado capitalismo consciente, e exigindo ações que tenham preocupações para muito além da própria companhia, é necessário pensar fora da caixa para alcançar esses objetivos. 

Como as empresas podem, portanto, se utilizar da inovação para seguir os padrões ESG? Após a mudança de mentalidade interna e da cultura organizacional, métricas bem definidas e objetivos traçados, a melhor forma de viabilizar que as empresas alcancem esses objetivos é através da inovação, que cria a possibilidade novos produtos e serviços. O investimento em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) com a correta análise de impactos nos âmbitos sociais e ambientais é capaz de gerar excelentes produtos com cada vez menos impacto negativo no planeta. 

Nesse cenário, em busca de acompanhar estas mudanças, diversas empresas estão criando programas internos, com objetivo de incentivar a inovação e foco na capacitação de seus colaboradores no desenvolvimento de novas ideias. O chamado intraempreendedorismo abre os horizontes empresariais para que a inovação ocorra dentro da própria empresa, através da criatividade de seus próprios funcionários. 

E como a propriedade intelectual impacta todo esse processo de inovação e adaptação aos parâmetros ESG? É importante que as empresas não pensem na inovação como um fim em si mesma. É preciso ir além. A proteção de seus ativos intangíveis é tão importante quanto a sua criação. 

A propriedade intelectual (PI) se desmembra em dois grandes contextos. Um deles é o de intraempreendedeorismo, ou seja, dentro do ambiente controlado de empresas, com funcionários colaborando no desenvolvimento de práticas sustentáveis, onde seria mais fácil seu gerenciamento e proteção. O outro é o ambiente de inovação aberta (open innovation) ou cocriação, onde a diversidade de pensamento é predominante. Nele temos parcerias entre empresas, corporações, startups, academias, pessoas do mundo inteiro trabalhando em plataformas de forma simultânea, buscando eficiência, custo baixo e agilidade. 

Há, portanto, o desafio de equilibrar a gestão da propriedade intelectual dentro desse ambiente de cocriação de inovação aberta com a dificuldade de identificar a titularidade da propriedade intelectual desses agentes, problema agravado pelo imediatismo e pela velocidade da disseminação de informação promovida pelas redes sociais.

Gabriel Di Blasi
Engenheiro industrial, agente de propriedade industrial, advogado e sócio-sênior do Escritório Di Blasi, Parente & Associados, com mais de 35 anos de experiência na área de Propriedade Intelectual.

Ana Beatriz Caldeira Lage
Atua na área de assessoria jurídica consultiva voltada para Propriedade Intelectual e Regulatório, prestando auxílio nestas áreas. Também possui experiência em contencioso cível estratégico e contratos.

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