“Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar”
(Raúl Seixas, Cowboy fora da lei)
I
Prólogo Necessário
Interessou-me o que aconteceria na COP26, por ser titular de uma OSCIP, na capital de São Paulo. Tentaria ver o que os “100 líderes” se comprometeriam ou não “a deter e reverter a perda florestal e a degradação da Terra até 2030”.
Trabalhei na África galesa no início dos anos 70. Constatei o que os países europeus e os chineses fizeram lá com o meio ambiente e aquilo que agora discutiram na COP26.
Bem verdade, a vacina do conhecimento, da experiência e dos fatos foi eficaz plenamente. E mais, porque fugi dos interesses comerciais, publicitários, ideológicos e do emprego servil em jornal, rádio, TV, internet e que tais, agora em voga.
Sobretudo, triste e revoltado, ao ver um repórter brasileiro de uma TV brasileira, que vive em outro mundo, não dizer a verdade sobre o comportamento dos representantes do Brasil na COP26.
Tudo carrego no fundo de meu íntimo, porque sou descendentes de italianos que imigraram para o Brasil no final do séc. XIX, em condições desumanas, bem piores das que foram os nordestinos para o Sul e Centro. E estou relendo a narrativa de Norman Douglas, sobre as devastações no Sul da Itália, que fizeram os turcos somada aos fenômenos meteorológicos já ocorrentes séculos em arrière (atrás) (DOUGLAS, N. Old Calabria. Londres: Phoenix Press, 1994).
Dito isto, in verbis, sigo em frente.
II
“Cursus honorum” (Corrida às glórias)
Essa profunda máxima latina que utiliza do substantivo cursus, no nominativo singular, completado por honorum, no genitivo plural, foi no séc. XVII, interpretada pelo gênio de Pascal, como as “pessoas nobres da sociedade”. Em suma, onde foi cunhada, o realismo prevalecia, dando a cada função o sentido justo.
A maioria dos participantes no COP26 são camaleões, como aconteceu com Obama, reportando ao posicionamento de Biden para os temas em debate.
Sendo que a China comunista, Rússia e Turquia se ausentaram, o certame perdeu seu objetivo, como acontecia com a entrega dos bilhões de dólares por ano para os países ditos pobres, anteriormente concordada, nunca cumprida.
Bom, há uma anestesia aplicada com maestria e proficiência no mundo. Fala-se muito, criou-se uma nova educação, adotaram-se novos padrões comportamentais, tudo misturado com os verdadeiros e os autênticos representantes que foram levados ao escanteio, sem chance de falar com propriedade. E em qualquer recanto, sobretudo no Brasil. Aí está a palhaçada.
Há interesses de grupos estatais e privados que levam a impressão a embair, porque os bilhões e os trilhões etc. aplicados em armamentos são maiores e propiciam pots-de-vin que proporcionam aos políticos, com seus orçamentos, apontar as vantagens da proteção do solo pátrio e a preservação das fronteiras (aqui o Miltinho estaria bem se apresentando!).
Mas, apesar de tudo, alguma coisa pode salvar-se “pro bonum sum” (por sua causa). Pois, para enganar, alguns milhões poderão ser entregues aos países para cumprir “os elevados objetivos”. Como entrarem, poderão sair, porque é “preciso acabar a pobreza” (o que é isso?), construir escolas de péssima qualidade, hospitais, asilos, estradas pavimentadas por uma camada asfáltica...
Concluo: Contra Principia Negantem non est Disputandum (não adianta disputar com quem nega as coisas primeiras), ou seja, a partir que o homem concentrou-se só no material o ser humano perdeu seu rumo.
E tão importante máxima latina que Aristóteles, Schopenhauer e Karl Popper nele se debruçaram e discutiram, sem haver acordo sobre qual seria sua pertinência.
Então, qual o futuro do planeta?