A produção de artigos científicos são importantes para a formação acadêmica, seja em qual for a área de concentração desta pesquisa. O pesquisador deve ser, antes de mais nada, um curioso e destinar esta característica para compreender melhor o funcionamento do assunto de sua pesquisa. Não há pesquisa sem uma boa dose de curiosidade pois será ela quem movimentará a busca pelo saber.
Esta busca atenderá a critérios técnico-científicos que deverão embasar a produção textual. Não se ousa, neste artigo, tratar de outras pesquisas que não sejam aquelas que possuam o elemento textual como a sua base, pois seria totalmente dissonantes da área de pesquisa deste autor.
Os projetos de iniciação científica, por exemplo, são formulados a partir de uma premissa maior, em que se busca a razão para a existência de certos fenômenos, tomando por base as compreensões doutrinárias, que embasarão as conceituações e os conjuntos de questões que embasarão a pesquisa científica e permitirá, ao autor, delimitar e ordenar as suas ideias.
O anúncio sobre o tema, conforme Edvaldo Boaventura, é como abrir uma porta. Dificilmente alguém abrirá uma porta para um desconhecido ou sem ter a certeza de que deverá abri-la. Deste modo, deve-se apresentar o tema a ser abordado apenas quando a segurança e a certeza lhe garantir que este é o conteúdo que merece o engajamento do pesquisador.
Outra questão bastante importante é a delimitação do tema. Insistindo no exemplo da porta que se abre, nenhuma pessoa , em sã consciência, fará um convite para adentrar a sua casa se acaso a quantidade de pessoas forem muito superior àquela que ela poderá comportar, ou seja, o seu convite deverá se limitar a quantidade de pessoas que se conseguirá receber.
Do mesmo modo, o autor deverá limitar o tema, incluindo a quantidade de elementos necessários para a sua pesquisa pois, neste caso, quanto menos elementos o seu tema apresentar, maior o leque de opções para abordagem, o que deve ser tolhido neste caso. É preciso deixar o tema com a profundidade adequada, sob o risco do autor se afundar na sua pesquisa e não conseguir retornar, com segurança, a superfície do seu trabalho científico.
A pesquisa bibliográfica deve ser também um ponto de bastante preocupação pois, dificilmente se conseguirá chegar a algum lugar se o meio não for possível. Imagina-se cogitar a possibilidade de Registro/SP até Fortaleza/CE com um carro que não possui pneus bons ou um motor confiável ou sem saber quem indicará os caminhos necessários para se percorrer.
O desenvolvimento do tema tem que buscar o envolvimento do leitor, de modo que ele entenda a problemática, compreenda as indagações efetuadas e as considerações e ponderações apresentadas pelo autor. É importante destacar que, num trabalho de iniciação científica, a sua profundidade não permitirá fazer com que haja uma conclusão sobre o assunto, o assunto jamais se esgotará nas parcas páginas de um artigo de iniciação científica.
Até porque, um artigo de iniciação científica sempre deverá trazer um elemento que abrirá “novas portas” para uma pesquisa seguinte. Como foi citado acima, como a pesquisa científica dever ser embasada pela curiosidade e, como ela é a mola propulsora para a pesquisa, deverá incentivar a busca pelo saber em outros aspectos.
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BOAVENTURA, Edvaldo M. Como ordenar as ideias. 9 ed. São Paulo: Ática. 2007.