Quem é esse menino que aguardamos com toda ternura?
Ele é Amor e Verdade, o nosso Deus.
Um Deus que criou tudo do nada, apenas por amor... um Deus que curvou o ouvido do seu coração para escutar o clamor do seu povo... um Deus que falou pelos profetas e, não satisfeito, na plenitude dos tempos, fez-se Ele mesmo homem, igual a nós em tudo, menos no pecado. Um Deus que quis nascer de um mulher, virgem, que se Lhe disse "sim"... um Deus que veio ao mundo na frágil forma de um neném, envolto em faixas. Um Deus que quis ser amamentado no peito e receber os cuidados de uma mãe... um Deus que escolheu um pai adotivo no mundo... um Deus humilde, nada orgulhoso, que se deixou ninar pelo pai e "aprender" a oração que Ele mesmo ensinou ao seu povo... um Deus que transcendeu a Si mesmo e daquele "que é", passou a ter um rosto, uma face e um nome que mudou o curso da história: JESUS, o CRISTO. Um Deus que em Jesus fez uma nova e eterna aliança, não mais para um povo, mas para toda a humanidade.
O Natal não é um fato histórico, perdido no tempo e no espaço, mas um acontecimento eterno, universal, que a cada ano se renova e alarga em nossos corações as virtudes da fé, da esperaça e do amor.
O Natal é um mistério da fé e um assombro, algo que funde os planos sobrenatural e natural, algo que não prescinde da razão, mas que somente pode ser compreendido com a sabedoria que brota do coração.
O Natal se consolida e melhor se compreende na Páscoa, a festa ápice da Cristandade, e que põe em tudo sentido, inclusive à própria Obra da Criação.
Uma canção de Natal espanhola, de invulgar beleza teológico-litúrgica, explica com singular precisão a grandeza do Natal do Senhor, especialmente neste trecho: "Eu sou o Menino Jesus, alegria no presépio e sofrimento na Cruz".
Assim também é a vida, entremeada de momentos de alegria e de dor, momentos de consolação e de desolação, momentos que são ordenadamente experimentados somente se anelados à fé.
Que todos nós possamos resgatar o espírito fundamental do Natal e na noite santa aguardar a vinda do Senhor com a vigilância devida e a alegria de dizer com os anjos "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados".
O Senhor nos ama e por isso devemos ama-Lo também, contemplando aquele pequenino na manjedoura que nos salvou, tomando para Si todas as nossas iniquidades.
Vamos dilatar os espaços da Verdade em nossos espíritos, festejar sem descuidar da segurança sanitária e, fazendo as coisas certas, nos por em fervorosa oração para o fim da pandemia.
O Natal é a luz que rompe as trevas e a partir dele, desta vez, o começo do fim dessa pestilência toda, a fim que no próximo ano possamos festejar a festa santa como sempre fizemos, abraçados uns aos outros e com os corações ao Alto.