Migalhas de Peso

Alpinista Social

Que tenhamos à sagacidade e sabedoria para nos blindarmos das aproximações desses indivíduos, que andam municiados, capazes de apresentar desfechos inesperados.

13/11/2020

(Imagem: Arte Migalhas)

O mundo é composto pela raça humana, ou seja, pelas pessoas, que são indivíduos considerados em si mesmo, onde cada um, é diferente do outro. São tantas as caras, e criaturas revestidas por suas diversidades, que tornam o mundo atraente e imprevisível.

Forçada a refletir sobre tal assunto, que é muito pertinente em tempos modernos, principalmente, em período de utilização maçante das máscaras, vez que existem muitos que deixam uma em casa, enquanto sai com a outra para passear.

Sem embargos, e sendo bem direta, é tênue a linha do alpinista, que pode ser qualquer um, prestes a abordar a caixa de entrada das nossas vidas, sorrateiramente, com comportamento, a princípio desinteressado.

Os alpinistas precisam de algo ou alguém para ser seu chupin. Uma das grandes dificuldades é saber quem é ou não, já que não usam visualmente nada que o identificam. Na maioria das vezes, agem de forma muito discreta, e cada passo é pensado e planejado, com objetivo definido, podendo acompanhar às suas presas por dias, meses e até anos, até o bote final.

Fato é, que quase sempre estamos interessados em alguma coisa, e raramente fazemos algo simplesmente por fazer, de forma, verdadeiramente, gratuita, infelizmente.  

Para ficar ainda mais claro, um simples exemplo, se utilizando dos meios sociais, tem um monte de gente por aí praticante de “boas ações”, mas que por trás, tem o interesse claro de angariar notoriedade nas redes, pois aquilo que era para ser anônimo, um segredo, passa por uma avalanche de imagens mostradas para o público alvo, fugindo ao conselho espiritual, que ‘a vossa mão esquerda não saiba o que faz a vossa mão direita’.

Qual o interesse? Curtidas, seguidores, prestígio? Notoriedade? Fama? Votos, já que é período eleitoral. Quer ver outro exemplo, são aqueles que se relacionam por mero interesse, em herdar patrimônio, pagamento de altas pensões, ser socialite, sem falar nas aproximações das amizades ‘selecionadas’ dais quais sempre se espera alguma coisa.

Personagens de novelas/filmes/romances, que só acontecem em ficção? Quanta ilusão! Pois, ao nosso derredor está cheio de escaladores alpinistas, que prestam esse desserviço, na maioria das vezes, premeditadamente, se aproximando, com fins cristalinos de progredir à custa de outrem, em busca de reconhecimento, ascensão, sucesso, dinheiro e vida fácil.

Às ‘lentes lupais’, que acompanham à subscritora, que fique claro desde logo, que com este texto não está generalizando nada, muito menos ainda, fazendo juízo de valor, apenas compartilhando ideias, opinião, vivências.

Têm praticantes de tal serviço, que buscam até mentorias, e muitos se esforçam para inovar na criatividade do modus operandi, no sentido de se tornar bom na execução do trabalho de conquista da vítima.  Muitos se tornam irresistíveis e envolventes, isentas, de qualquer suspeita.

O grande problema das pessoas alpinistas, é que elas não desenvolvem laços de afeto, e para alcançar o objetivo, agem de forma libertina, tripudiando os sentimentos daqueles que cruzam seu caminho. Como disse Lenine na música, que tem o título do artigo, “e tem sempre um plano por debaixo do pano”.

A questão é que vender à alma para o diabo, tem um preço. Que tenhamos à sagacidade e sabedoria para nos blindarmos das aproximações desses indivíduos, que andam municiados, capazes de apresentar desfechos inesperados.

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*Gisele Nascimento é advogada, Especialista em Direito Civil/Processo Civil, pela Cândido Mendes, pós-graduanda em Direito do Consumidor, pela Verbo Jurídico e Direito Previdenciário, pela EBRADI.

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