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Governança corporativa e a definição de salários de CEOS

Uma das principais responsabilidades que afetam as empresas que implantam uma Governança Corporativa é a contratação do CEO, bem como o acompanhamento das suas decisões e a cobrança de resultados.

6/12/2006


Governança corporativa e a definição de salários de CEOS

Sylvia Romano*

Uma das principais responsabilidades que afetam as empresas que implantam uma Governança Corporativa é a contratação do CEO, bem como o acompanhamento das suas decisões e a cobrança de resultados.

Todos sabemos que, por ser um cargo da mais alta responsabilidade e que reporta única e exclusivamente ao conselho da empresa, este profissional é procurado e contratado, na maioria das vezes, por headhunters do mercado, sem a necessidade de passar por todo o processo de contratação interno das organizações, uma vez que no futuro o mesmo será hierarquicamente superior ao departamento de RH.

O que tenho percebido há algum tempo é o grande turnover destes executivos, nem tanto por problemas de integração, mas principalmente pelos pífios resultados que apresentam, sendo na maioria das vezes demitidos sumariamente por seus contratadores.

Quando isto vem a ocorrer, o dito cujo já se beneficiou por um bom período de todos os pacotes de vantagens que as empresas oferecem ao seu “novo príncipe” consorte. Os rombos costumam ser enormes e, em alguns casos, a concordata ou mesmo a falência é o único caminho a ser tomado. A governança instituída contratada não tem muito o que fazer, pois também já retirou o seu quinhão no período, sobrando unicamente o prejuízo para os acionistas e, como sempre, para os colaboradores que de uma hora para outra só conseguem receber o seu “bilhete azul”.

Finórios estes profissionais que, quando não são arremessados, pulam fora sempre antes do barco afundar, e que, na maioria das vezes, sabiamente deixam a bomba explodir na mão do outro que o sucede e que já não tem muito mais o que fazer até a bancarrota final.

Como advogada e pequena acionista de algumas empresas, a minha sugestão aos que participam de conselhos e às empresas que implantaram sua governança corporativa é que os CEOs deixem de ser assalariados, passando a receber um “success free” de sua atuação. Tenho certeza que poucos profissionais iriam aceitar, pois nem mesmo eles com todos os seus currículos têm a mínima segurança dos resultados que advirão de suas gestões. São também esses profissionais, grandes contratadores de consultorias, que por um determinado período darão o respaldo das suas ações estapafúrdias, garantindo a sua credibilidade como grande executivo.

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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados




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