Muito tem se falado sobre a advocacia 4.0, mudança de mindset, inteligência artificial, as legal/lawtechs e como as transformações tecnológicas afetam a rotina de profissionais do Direito.
Que a tecnologia está presente no dia a dia não é novidade. Em meio a tanta inovação, como se manter atualizado? Separamos alguns webinars para te ajudar a acompanhar as discussões em torno das inovações que afetam diretamente a prática jurídica.
Economia Colaborativa. O que o setor jurídico tem a ver com isso?
O economista e advogado Rafaello Sapia Pedalino explica as grandes transformações econômicas e tecnológicas que ocorrem no âmbito regional. Assim, como Uber e Airbnb nasceram para solucionar problemas locais, o economista acredita que as próximas transformações partem de soluções micros para as soluções macros.
Em 1894, Londres e Nova Iorque passavam por uma crise em relação aos meios de transporte da época. Um estudo alarmante apontava que até o século 20, a cidade estaria com três metros de estrume produzido pelos cavalos. A partir deste problema, o carro foi apresentado como uma inovação “economicamente sustentável e com a habilidade de reduzir o tráfego”.
Pedalino lembra que o Direito é conhecimento. “Pela primeira vez temos muitos dados e uma das funções do advogado, como processadores de conhecimento legal, por exemplo, é organizar esses dados e passar de um modo mais sucinto para o seu cliente. A aplicação do conhecimento nas mais diversas situações é algo estritamente humano.”
Como as soluções tecnológicas mudam a realidade jurídica? O que esperar para os próximos anos?
Assim como a indústria 4.0, a advocacia chega à uma nova revolução. A um novo momento. A quarta revolução industrial engloba o uso das tecnologias da informação, automação, controle, inovação, customização, evitando a prática de atividades repetitivas que podem ser automatizadas, como é o caso do uso de softwares jurídicos.
Os dados são considerados o novo petróleo. Quem tem informação tem o poder. Se na década de 1980 as empresas mais valiosas eram de combustíveis fósseis, atualmente a realidade é bem diferente. As empresas que mais faturam hoje são a Apple, Google e Microsoft, quem tem em seu DNA a tecnologia, mas otimizam e democratizam a informação.
O mesmo ocorre com os softwares jurídicos. O uso de recursos tecnológicos em escritórios e departamentos jurídicos, significam dar mais agilidade aos processos, organizar os fluxos de trabalho e otimizar recursos materiais e humanos. É por isso que o famoso Big Data ganha cada vez mais espaço na prática do Direito.
A advocacia 4.0 permite a integração de pessoas com a tecnologia, saber analisar dados e ter acesso fácil para usar as informações de maneira inteligente e eficaz. Por isso, compreender a necessidade presente no novo perfil do cliente são pontos importantes para transformar a atuação do escritório na advocacia 4.0, que passa a ter a tecnologia como sua grande aliada.
“A tecnologia veio para deixar o advogado focar no que realmente importa: desenvolver sua capacidade cognitiva”, aponta Giovanni Filho, CCO da Advise.
Inteligência Artificial muda os trâmites do judiciário brasileiro? Como se adaptar à nova realidade?
É bem comum pensarmos em robô quando se fala sobre Inteligência Artificial, como lembra o advogado Douglas Guergolette Alfieri. No entanto, o uso da inteligência artificial já é realidade de uma forma bem mais humana do que estamos acostumados a imaginar. Recentemente, o STJ implantou um projeto-piloto destinado a aplicar soluções de IA em suas rotinas.
Um bom exemplo é do Victor pelo STF, que tem como objetivo organizar e agilizar os andamentos dos processos, mas ainda não tem habilidade de julgar, função única e exclusiva dos magistrados até agora. Mesmo assim, o robô Victor dá celeridade às tarefas rotineiras do Supremo e, assim, contribuiu para que as decisões ocorram de forma mais rápida.
Alfieri lembra que a IA tem tudo para auxiliar e contribuir para o trabalho dos profissionais do Direito. A necessidade é tão clara que a tecnologia já foi aprovada pelo Tribunal de Ética da OAB/SP, que deve gerar entendimento semelhante pelas mais diversas entidades do país.
Cyber Security, Big Data e evolução no entendimento legal brasileiro
Fernando Peres advogado especialista em Direito Digital e crimes cibernéticos diz que “a tecnologia evolui e nós precisamos evoluir nossa cultura de segurança da mesma maneira”. Ele lembra que mesmo que o advogado não atue na área do Direito Digital, a interação com a tecnologia será cada vez mais natural, como já ocorre em outros aspectos da vida.
A Lei Geral de Proteção de Dados é um fato para comprovar isso. O texto determino que depois de utilizar os dados de seus clientes para a prestação de serviços, as empresas deverão eliminar as informações. Com isso, o consumidor terá mais controle sobre a utilização dos dados a seu respeito. O objetivo da Lei é fazer com que somente as informações autorizadas sejam utilizadas.
Além dessa proteção ao consumidor, a LGPD traz vantagens para o Brasil. A partir dessa legislação vanguardista, o país se torna apto para tratar dados de países que exigem elevado nível segurança. Outra vantagem é a harmonização legal que aplica uma única norma para diversos setores da economia e unifica o entendimento legal.
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