Mesmo com essas mudanças e modernizações, as áreas tradicionais do Direito mantêm o alto interesse. Isso ocorre porque as tecnologias são entendidas como facilitadoras, já que para administrá-las é preciso conhecimento sobre as tarefas que podem ser feitas por um software, por exemplo.
Além disso, realizar o cumprimento da lei é uma questão que não envolve somente a interpretação dela, mas também, o emocional. O advogado Douglas Guergolette Alfieri durante o ALLS, definiu que:
"Uma inteligência artificial não consegue, como nós, fazer o que ela quiser. Ela é programada para entender padrões e a partir desses padrões ela toma decisões".
Uso das tecnologias como facilitadoras
Utilizar aplicativos já é parte da rotina das pessoas. Se você está com pressa, pode acessar o waze e ver qual o caminho mais rápido até o destino. Olhar as redes sociais, ler notícias e consultar preços para a sua próxima compra, por exemplo, são ações que podem ser realizadas de qualquer lugar.
Para exercer o Direito é necessário ter diploma para compreender as questões legais. Mas a formação humana é imprescindível para entender as entrelinhas e interpretações da lei fria.
A tecnologia pode facilitar em atividades que não exijam uma inteligência emocional. Vamos supor a seguinte situação: o proprietário de uma casa abre um processo contra o seu inquilino. A família já foi informada várias vezes que deveriam deixar a casa, o aluguel está atrasado há tempos, mas os locatários continuam morando na casa.
A decisão do juizado possivelmente seria favorável ao autor do processo. Porém, a família pode ter passado por gastos não planejados, com um grave problema de saúde. Dado esses fatos, o juiz poderia optar por um veredito que ajude as duas partes, um acordo a partir das condições da situação em si.
Algo que um robô dificilmente iria entender, já que fugiria ao padrão que ele utiliza para prever comportamentos. A inteligência artificial ainda não consegue entender ou prever nuances próprias às relações humanas. Por isso, as áreas tradicionais do Direito são tão importantes.
As tecnologias existem como facilitadoras, não para ocupar cargos ou anular a possibilidade de serem atribuídas às pessoas. Softwares jurídicos servem para auxiliar e otimizar o tempo do advogado para que ele possa se dedicar mais ao contato humano, aproveitar para gerar novos clientes e se dedicar às questões intelectuais que são próprias da prática jurídica e do comportamento humano.
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