Quem compareceu à 15ª edição da Fenalaw, ocorrida nos últimos dias 24 a 26 de outubro não deixou de notar a mudança brutal pela qual este evento está passando. Nos últimos dois anos, a Fenalaw evoluiu de uma simples feira de apresentação de produtos e softwares destinados ao mundo jurídico para um evento robusto de negócios, com muita novidade e principalmente com a apresentação de muito conteúdo de excelente qualidade.
A iniciativa da Informa, organizadora do evento de convidar profissionais externos tais como consultores, sócios de escritórios, especialistas nas áreas de comunicação, relações humanas, marketing e empresas de tecnologia, para integrar o “Advisory Board” (do qual também faço parte) acelerou o processo de modernização do evento com uma efervescência de novas ideias. Acrescente-se a isso a grande evolução das legaltechs que têm trazido ao mercado muitas ferramentas que irão auxiliar o advogado no presente e futuro.
Outra grande alteração está sendo a incorporação de mentorias temáticas de maior duração e profundidade além das palestras com profissionais de excelente qualidade. Também foram incluídos temas específicos de discussão tais como compliance, investigações, tributário, etc.
Além do aumento significativo no total de horas dedicadas à conteúdo, houve um forte aumento da carga horária voltada à gestão do negócio jurídico e pelo segundo ano consecutivo, a ALA (Association of Legal Adminstrators) esteve presente, trazendo um pouco da experiência americana neste quesito.
A pressão do mercado consumidor de serviços mais ágeis e menos custosos, faz crescer a passos largos as opções de ADR (Alternative Dispute Resolution) e ODR (Online Dispute Resolution) tornando-as tendências futuras, como já previu Richard Susskind. Por incrível que possa parecer, as profissões de matemáticos, estatísticos e “cientistas de dados” também são tendências fortes para o futuro, pois serão estes que gerarão os relatórios oriundos da jurimetria para serem “consumidos” pelos advogados.
Apesar de ainda muito se falar em AI, essa tecnologia, que nada mais é do que uma série de algoritmos onde suas respostas são “afinadas” com ou sem a participação humana e que começam a ser associados à NLP (natural language processing), ainda engatinha sendo utilizada em poucos sistemas e em casos muito específicos, mas que também é uma forte tendência futura.
A mudança mais importante, não foi o recorde de público que ocorreu neste ano, mas sim o início do amadurecimento do mercado fornecedor, apresentando produtos mais consistentes e elaborados associado a uma mudança enorme na maturidade dos visitantes, que já se apresentavam bem mais seguros de suas necessidades e com maior discernimento nas escolhas, ou seja, um mercado mais profissional.
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